Apesar de a prioridade do Carrefour ser a recuperação das operações na França, mercados emergentes, incluindo o Brasil, são também "muito importantes para o Carrefour, e a tarefa de sua equipe é acompanhá-los de perto", disse Sebastian Bazin, diretor europeu da Colony Capital, um dos principais acionistas da varejista francesa, segundo o jornal Les Échos.
O Carrefour e o rival francês Casino têm estado em atrito por causa do Grupo Pão de Açúcar, o presidente de cujo conselho de administração, Abílio Diniz, contatou o Carrefour para discutir uma possível aliança no Brasil. O Casino é um dos principais acionistas da maior varejista brasileira.
Segundo notícia reproduzida pela agência Reuters, o Carrefour deveria considerar relaxar o controle central sobre sua rede de lojas. "Por dez anos o grupo centralizou seus processos", disse Bazin.
"Mas os diretores dos hipermercados que estão em campo sabem o que funciona em suas áreas. Será que não seria o caso de que precisamos dar um pouco de flexibilidade para esta organização por meio da delegação de poderes às lojas individuais?" indagou.
Ao mesmo tempo, Bazin insistiu em que o Carrefour está no caminho certo e que a Colony Capital deve continuar na empresa por longo prazo.
A Colony, junto com o bilionário do setor de luxo Bernard Arnault, viu o valor de sua participação no Carrefour despencar nos últimos anos em meio a alertas de lucro e reviravoltas de estratégia. "A estratégia do grupo é boa", disse Bazin. "Vai levar algum tempo para que isso se traduza na ação, mas estamos no caminho certo."
Recentemente o grupo varejista francês informou que pretende manter o controle de sua unidade brasileira, que é crucial para o crescimento da companhia. Na reunião anual de acionistas realizada no último dia 21, um representante do conselho diretor disse que o Carrefour não vai abrir mão do controle majoritário de sua divisão no Brasil.
Em meio as mudanças e as especulações de mercado realizada na última terça-feira o presidente do conselho de administração (chairman) do Carrefour, Amaury de Sèze, renunciou ao cargo, que passa agora a ser acumulado por Lars Olofsson, de 59 anos, presidente executivo (chief executive officer - CEO) da varejista.
Veículo: DCI