Conforme o Sindicafé, cenário é difícil e pode gerar reflexos negativos nas torrefadoras.
A crise econômica global ainda não trouxe perdas para a indústria cafeeira de Minas Gerais. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Café do Estado de Minas Gerais (Sindicafé), Almir José da Silva Filho, no entanto, a situação enfrentada pelos cafeicultores é difícil e pode gerar reflexos negativos nas torrefadoras.
"Até o momento a indústria está funcionando normalmente no Estado, com os preços pagos pelo café se mantendo na mais absoluta normalidade", observou. Silva Filho enfatiza que tanto os preços do café torrado quanto moído estão estagnados há mais de um ano.
"A indústria entende que os preços têm que subir pois os produtores não estão conseguindo se manter na atividade com os valores praticados no mercado. O produto final está defasado, com preço final em torno de 2% do salário mínimo. Historicamente, esse valor sempre oscilou entre 4% e 6% do salário", comparou.
A indústria sozinha não eleva os preços do produto, afirmou o dirigente. Segundo ele, mesmo cumprindo os compromissos e alguns negócios fluindo, os preços precisam de correção para se ajustar ao mercado.
"O valor de hoje não remunera as indústrias, pois parte dos custos é destinada à compra dos grãos e a outra é gasta com energia, impostos, embalagens, dentre outros insumos que são impactados pelo aumento contínuo das matérias-primas", enfatizou.
Mercado - Para Silva Filho, existe a necessidade de reajuste mas, quando o assunto é café, não existem previsões, uma vez que esse segmento depende muito dos mercados internacionais. "São 350 indústrias cafeeiras em Minas. Uma parte está desistindo da atividade, outra se mantém estagnada enquanto que ainda existem algumas com algum fôlego", avaliou.
Com relação aos investimentos do setor, o dirigente afirmou que não existe uma regra única, porém acredita que devem ser mantidos em função de o país se tratar de um grande mercado consumidor. "A indústria não vai parar em função de uma situação adversa. Esperamos que esse vendaval passe rápido, pois o cenário melhora quando há ajuda do mercado", afirmou.
Por outro lado, conseguir crédito ainda é difícil para o setor, salientou Silva Filho. "A indústria está basicamente conseguindo cumprir os compromissos que estavam firmados há mais tempo. Porém, se esta situação permanecer por mais um mês, haverá. Ainda é prematuro falar sobre queda nas exportações, pois o tempo de comercialização é de 12 meses e não são dois meses de adversidade que comprometem todo o negócio", reforçou.
Veículo: Diário do Comércio - MG