Executivos ainda preferem estudar fora da empresa

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Pesquisa com 516 diretores da América Latina mostra que 80% gostariam de aprender com profissionais que não trabalham na própria companhia.

 

As universidades corporativas atendem apenas parcialmente as necessidades de seus alunos. Esta é a percepção dos profissionais que recebem esse tipo de formação, segundo pesquisa realizada pela Aliança Sumaq, instituição que reúne diversas escolas de negócios da América Latina. O levantamento foi feito com 516 executivos e diretores de recursos humanos da região, 147 deles de empresas com mais de cinco mil funcionários.

 

O estudo mostra que mais de 80% dos funcionários gostariam de ter acesso a cursos externos, ministrados por pessoas de fora da empresa. Mas a realidade é outra. Segundo o levantamento, 65% deles disseram receber treinamentos dados por profissionais da própria empresa. "O ideal é alcançar um equilíbrio entre a oferta de cursos internos e externos", afirma Antonio Montes, diretor geral da Aliança Sumaq e diretor de relações internacionais da IE Business School.

 

Montes explica que a vantagem da formação com pessoal interno é transmitir a cultura da empresa e as especificidades de algumas atividades que a companhia desenvolve. "Nesses casos, é melhor que os cursos sejam dados pelos próprios funcionários", diz.

 

Por outro lado, Montes afirma que é importante a participação de professores externos na formação dos executivos, pois eles podem dar outras visões de mercado, mostrar métodos diferentes de trabalho e oferecer novas metodologias de ensino. "Sair do seu entorno sempre é positivo. Isso 'oxigena' os profissionais e os ajuda a deixar um pouco de lado as preocupações do dia a dia."

 

Para 42% dos participantes da pesquisa, as universidades corporativas não geram espírito de equipe. Na opinião de Montes, há mecanismos mais eficazes para isso como uma comunicação interna eficiente e o desenvolvimento de atividades fora do trabalho para os colaboradores e seus familiares. "Não se espera que um curso com pessoas de departamentos e até de cidades diferentes vá integrar funcionários que não atuam juntas no dia a dia", diz o diretor.

 

No que diz respeito ao desenvolvimento da carreira, contudo, as universidades corporativas cumprem seu papel. De acordo com a pesquisa, 77% dos executivos afirmam que esse tipo de formação ajuda na evolução da trajetória profissional e 80% dizem que as aulas ampliam os conhecimentos e melhoram a produtividade.

 

Esse tipo de ensino se popularizou na América Latina nos últimos três anos. Dentre as companhias com mais de cinco mil funcionários, 56% contam com formação interna para seus executivos. O Brasil tem peso significativo nessa área: das universidades corporativas presentes no estudo, 34% estão no país. "O crescimento da economia brasileira requer profissionais altamente qualificados e bem orientados quanto aos objetivos das empresas em que trabalham. Isso é suprido pelo ensino dentro das companhias", diz Montes.

 

A realidade das universidades corporativas faz parte, principalmente, do universo das grandes corporações. Dentre as pequenas e médias empresas, apenas 18% oferecem essa formação. Os argumentos para não criar uma universidade corporativa são falta de recursos necessários e preferência pelos cursos externos, que oferecem a capacitação e aportam novas ideias graças ao contato com outros profissionais do mercado.

 


Veículo: Valor Econômico


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