Telas de LED dominam mercado de televisores

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Enquanto algumas tecnologias rapidamente fazem sucesso entre os consumidores, outras demoram a cair no gosto do público ou simplesmente desaparecem sem nunca chegar ao auge. No mercado de televisores, essa balança do apelo popular está pendendo claramente para o LED (sigla em inglês para diodo emissor de luz). A tecnologia está avançando mais rapidamente no varejo do que as todas as demais tecnologias de tela fina lançadas até agora.

 

Em dois anos, desde seu lançamento, as TVs de LED já representam 36,7% das vendas de telas finas no país, com venda mensal média pouco acima de 600 mil unidades, de acordo com a consultoria GfK Retail and Technology. As vendas de aparelhos de LCD levaram três anos para chegar a esse mesmo patamar, de acordo com a empresa.

 

A procura pelo LED foi mais intensa nos últimos meses. Entre dezembro de 2010 e maio deste ano, a participação das TVs de LED nas vendas totais do setor cresceu 10 pontos percentuais, segundo dados da consultoria. De janeiro a maio, as vendas de TVs de tela fina no varejo aumentaram 51% em volume, em comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Mas enquanto as vendas de aparelhos de LCD aumentaram 6%, as TVs de LED tiveram uma expansão de 843% no período. O número de marcas oferecidas também aumentou significativamente neste ano, totalizando 9 marcas, contra 4 de um ano antes.

 


A diferença de preços entre o LED e o LCD convencional, que era de R$ 1,5 mil há um ano, hoje não chega a R$ 600

 

Um dos pontos que ajuda a explicar a reação do público é a queda no preço dos aparelhos, proporcionada em parte pela produção local dos equipamentos. Balanço divulgado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), principal polo de fabricação de televisores no país, mostra que de janeiro a maio foram produzidos 3,429 milhões de TVs de tela fina, volume 13,46% superior ao do mesmo período do ano passado. Desse total, 628 mil foram de aparelhos com tecnologia LED, 36% acima do volume fabricado nos cinco primeiros meses de 2010. O número de fabricantes na Zona Franca também aumentou. Há um ano, Panasonic, Semp Toshiba e Samsung fabricavam aparelhos com a tecnologia no país. Atualmente, somam-se a esses fabricantes a AOC e a Philips.

 

"Até maio, quem puxou o crescimento nas vendas de televisores no país foi a categoria LED, que apresentou mais ganhos de produtividade e queda de preços no período", afirma Marcio Portella Daniel, diretor de eletrônicos de consumo da Samsung.

 

O executivo estima que as vendas de TVs de LED vão superar 50% do mercado total de televisores de tela fina no Brasil já neste semestre. Ele prevê incremento de 25% no mercado de TVs no país no ano e expansão pouco acima desse patamar nas vendas da Samsung.

 

A Philips trabalha com projeções semelhantes, de acordo com Eduardo Junqueira, diretor sênior de marketing da divisão de consumo da companhia. Ele estima que as vendas de TVs crescerão 25% no ano. Para a companhia, a expectativa é de que a participação dos aparelhos de LED aumente de 40% para 50% das vendas totais de televisores neste ano.

 

Entre os fatores que estimulam as vendas, afirma Junqueira, estão a qualidade da imagem, economia de energia e design (as telas de LED são mais finas que as de LCD convencionais). Atrelada a esses fatores, a diferença de preço entre o LCD convencional e o LED ficou menor. "Nos últimos meses, o consumidor brasileiro começou a ver benefícios em pagar mais para ter a tecnologia LED", afirma o diretor da Philips.

 

Conforme o estudo da GfK, o preço médio das TVs de LED 32 polegadas (o modelo mais popular em volume de vendas) recuou 39% em 12 meses até maio, para R$ 1.742 - valor similar ao cobrado no varejo pelos aparelhos com tela de cristal líquido. Os equipamentos de LCD do mesmo tamanho tiveram uma redução de 21% nos preços.

 

Fernanda Summa, gerente de produtos da LG, observa que a diferença de preços entre as duas tecnologias, que era de R$ 1,5 mil há um ano, hoje não chega a R$ 600. "Essa aproximação nos preços ajuda a promover uma rápida migração do LCD para o LED", afirma a executiva. Ela também observa que a tecnologia LED permite aos fabricantes desenvolver aparelhos de TV mais finos e com melhor definição de imagem, o que também atrai a atenção do consumidor.

 

De acordo com a executiva, as vendas da LG de aparelhos LED aumentaram 400% neste ano, enquanto as TVs de tela fina em geral apresentaram uma expansão de 60% até maio. A empresa não divulga projeções de suas vendas para o ano. Para o mercado como um todo, a LG estima que as vendas de TVs de tela fina vão totalizar 9,7 milhões de unidades no ano, sendo que os aparelhos de LED representarão 45% do total, ou 4,4 milhões de unidades. No ano passado, as vendas de LED totalizaram 700 mil unidades e representaram 12% do mercado total de TVs de tela fina.

 

Um ponto citado pelos fabricantes, que ainda influencia pouco o consumidor brasileiro, mas exerce um efeito decisivo nas vendas internacionais, é a economia de energia proporcionada pela tecnologia LED em comparação com as telas de LCD convencionais. Uma pesquisa da DisplaySearch baseada no tempo médio de uso diário de TV indica que, nos países da União Europeia, a economia de energia com a adoção da TV de LED em 1,9 ano é suficiente para pagar o valor investido na compra desse aparelho. Nos Estados Unidos, a tecnologia se paga em 5,1 anos e na China, em 12,2 anos.

 


Veículo: Valor Econômico


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