O setor têxtil e de confecção iniciou uma onda de demissões de trabalhadores.
O saldo de criação de vagas (contratação menos demissão), com carteira assinada, ficou negativo em 650 postos em maio e junho, segundo a Abit (associação das indústrias do setor).
"Enquanto a indústria demite no Brasil, estamos gerando empregos na China", diz Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit e da indústria Cedro e Cachoeira.
Entre os motivos para os cortes está a queda da produção, devido à invasão de produtos chineses e ao dólar baixo, de acordo com o setor.
"O maior ativo que o Brasil tem para enfrentar uma crise é o mercado interno e o damos a outros países." O setor é o segundo maior empregador da indústria de transformação no país, só perde para as indústrias de alimentos e bebidas, segundo Diniz Filho.
No primeiro semestre deste ano, o saldo de empregos do setor foi de 17,2 mil vagas, com queda de 67% sobre o mesmo período de 2010.
Para evitar que ocorra demissão em massa, o setor reivindica desoneração da folha e regime tributário diferenciado para a indústria de confecção, segundo Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário (sindicato da indústria do setor) e sócio da Darling.
"Se nada for feito pelo governo, as demissões serão inevitáveis", diz Masijah.
Veículo: Folha de S.Paulo