Berço da Batavo sonha em reaver marca

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Produtores de cooperativa paranaense programam inauguração de fábrica de produtos lácteos em setembro

 

Apreensão no sul do país é causado por unidades da Brasil Foods estarem entre maiores empregadores

 

O anúncio das determinações do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para viabilizar a fusão Sadia-Perdigão, na semana retrasada, gerou burburinho na cidade de Carambeí (a 130 km de Curitiba).

 

Mais que a venda de parte da fábrica da Brasil Foods na cidade, o que tem mobilizado os moradores são as restrições impostas à marca Batavo, que hoje pertence à Perdigão e foi fundada pela cooperativa agrícola da cidade.

 

Para garantir a concorrência no setor após a fusão, o Cade determinou, além da venda de algumas fábricas, que parte dos produtos da Batavo saia de circulação.
"Ah, dá uma dor grande no peito, porque foi uma saga", diz Gaspar de Geus, produtor da região e vice-presidente da cooperativa Batavo.

 

Parte dos moradores de Carambeí sonha em aproveitar o momento para reaver a marca -plano incentivado pela própria prefeitura.
A cooperativa finaliza um projeto para voltar ao mercado lácteo com a marca Frísia.
O logotipo remete à Batavo. "Nós queremos que o produtor, quando vir a marca Frísia, perceba: 'É o casal de holandesinhos da Batavo''", diz.

 

A fábrica deve ser inaugurada na segunda quinzena de setembro. Sobre a marca Batavo pela cooperativa, ele diz: "Nunca diga nunca, né? Mas não estamos focados nisso."

 

PREOCUPAÇÃO

 

Em outras pequenas cidades do Sul, o anúncio de venda das unidades da Brasil Foods gerou apreensão.

 

Em algumas delas, a empresa é a principal empregadora. Salto Veloso (SC) tem 4.300 habitantes, sendo 600 funcionários da fábrica da Perdigão. O município arrecada até 70% de suas receitas com a indústria, que ainda subsidia creches e consultórios odontológicos.

 

O prefeito Pedrinho Ansiliero (sem partido), que chama a Perdigão de "pulmão da cidade", diz que há o receio de diminuição da produção.
Em Três Passos (RS), o sindicato local até recomenda que os trabalhadores não assumam dívidas no momento por causa da incerteza.

 

Sindicalistas reclamam da exigência do Cade e querem a garantia dos empregos por até dois anos. O acordo atual prevê que o comprador mantenha os postos por meio ano.
"Não pode de forma alguma uma canetada do Cade pôr em risco toda uma cadeia produtiva", diz Osvaldo Mafra, da federação catarinense de trabalhadores na indústria de alimentos.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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