Com a aquisição dos principais ativos da Topz, dona de marcas de higiene pessoal, a fabricante de produtos médico-hospitalares Cremer pretende aumentar sua participação no mercado de bens de consumo e incrementar seu portfólio de itens descartáveis, como algodão, cotonetes e curativos, na área de saúde. A companhia não descarta outras aquisições ou parcerias para avançar nessa estratégia.
Os ativos comprados, no valor de R$ 73 milhões, incluem as marcas - Topz, Salvelox, Salveped, entre outras -, os contratos de representação (como os das linhas de shampoos do Tom & Jerry e da Pucca), a carteira de clientes e os estoques da Topz. Os ativos intangíveis já foram transferidos para a Cremer no ato da assinatura do contrato e os outros bens serão incorporados gradualmente, no máximo até o início de janeiro. Mas a empresa acredita que até o fim de outubro o processo já esteja finalizado. A aquisição foi anunciada na noite de quarta-feira.
A Cremer foi fundada em 1935 em Blumenau (SC) para atender o segmento hospitalar, hoje responsável por 50% do faturamento. A plataforma voltada para o consumidor final, por sua vez, representa 25%. A expectativa da companhia é elevar essa fatia para 35%, com os produtos da Topz. Em 2010, a receita líquida da Cremer foi de R$ 375,4 milhões.
"A empresa quer ser capaz de apresentar o portfólio mais completo no segmento de saúde para os hospitais e, por tabela, teremos um portfólio que vai automaticamente para o nosso segundo segmento, o de varejo", diz Rafael Grisolia, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia.
Essa é a quarta operação de compra ou associação da empresa e a primeira na área de consumo. As três últimas foram no segmento hospitalar: a aquisição da P. Simon e parcerias com a Targa (dona da marca Lemgruber) e a Embramed.
Para Grisolia, a Topz representa uma grande complementariedade aos negócios da Cremer. "Ela é uma grande competidora na área de algodão e é muito forte em supermercados", diz. Segundo o executivo, a Cremer detém 15% do mercado de algodão, enquanto a Topz tem 12%. O produto é responsável por 50% do faturamento da empresa.
A outra metade do faturamento da Topz vem dos produtos de higiene pessoal para bebês. "Ter uma linha de proteção de saúde voltada à linha baby faz todo sentido na nossa estratégia de transformar a Cremer numa empresa grande no mercado de varejo", diz Grisolia.
A marca Topz deve ser mantida para alguns itens. Produtos como algodão, em que a Cremer já é conhecida, devem ganhar a sua identidade visual. "Agora, tudo isso ainda será um exercício para nosso pessoal de marketing", afirma o executivo.
Veículo: Valor Econômico