A Nestlé anunciou ontem que seu lucro foi afetado no primeiro semestre pela alta dos preços de matérias-primas e do franco suíço forte. A América Latina registrou crescimento sólido, mas o Brasil só teve alta de um dígito, comparado à expansão de dois dígitos em outros mercados. No primeiro trimestre, a expansão no mercado brasileiro também havia sido de dois dígitos.
A empresa teve lucro líquido de 4,7 bilhões de francos (USS 6,48 bilhões) entre janeiro e junho. No cálculo de analistas, isso significa queda de 24% nos ganhos na consolidação em francos suíços, mas uma alta de 30% em dólar. No pregão de ontem, a ação encerrou o dia com queda de 2,89%.
Para o segundo semestre, a companhia espera condições difíceis, diante da "instabilidade política e econômica, a volatilidade dos custos das matérias-primas e o baixo nível de confiança dos consumidores nos países desenvolvidos". Ainda assim, a Nestlé avalia que alcançará crescimento orgânico entre 5% e 6% e aumento da margem.
Paul Bulcke, principal executivo da Nestlé, deixou claro que a força do franco suíço e o custo das commodities entre abril e junho tornou o ambiente extremamente duro, volátil e competitivo. O nível recorde da moeda suíça reduziu as vendas no semestre em 13,8%, e desinvestimentos resultaram em redução de 6,6%. Juntos, superaram o maior volume de vendas e o aumento e preços, o que levou à queda de 12,9% nas vendas, de 41 bilhões de francos (US$ 48,8 bilhões).
Veículo: Valor Econômico