Produtores ofertam, mas indústria se retrai, o que baixa o preço da pluma.
Os preços do algodão no mercado interno devem continuar oscilando até setembro. Depois de um período de recuperação, devido ao interesse de compradores e à baixa oferta, a indústria voltou a se retrair enquanto produtores passaram a ofertar novos lotes, e as cotações da pluma caíram. Segundo analistas, essa gangorra deve se repetir mais algumas vezes até o fim da safra, em setembro, com altas e baixas de acordo com a necessidade no momento da ponta compradora ou vendedora.
Na semana passada, o indicador Cepea/Esalq com pagamento em oito dias acumulou perdas de 8,7%, com média de R$ 1,8094 por libra-peso.
"A colheita e o beneficiamento estão mais rápidos, e então a oferta começa a ser mais consistente. Mas mais do que isso, faltam compradores porque muitas fiações ainda estão em férias coletivas. Não há muitos negócios no dia a dia", disse o corretor Fernando Arganese, da Cottonlux. Para ele, em agosto e setembro os produtores devem continuar dando prioridade ao cumprimento de contratos, indo ao mercado spot somente quando precisarem fazer caixa rapidamente.
Isso acontece porque os produtores não sabem exatamente quanto restará de algodão após a entrega dos contratos fechados antecipadamente. A produtividade pode sofrer alterações com o início da colheita da segunda safra em Mato Grosso, por causa do menor rendimento do algodão adensado e do fim precoce das chuvas neste ano. Na semana passada a Conab reduziu a estimativa de produtividade no Estado de 1.447 quilos por hectare para 1.314 quilos. A previsão para a produção nacional de pluma caiu de 2,05 milhões de toneladas para 1,95 milhão.
No mercado internacional, os preços também sofrenam oscilações. Na semana passada, acompanharam os temores relacionados à economia mundial e sofreram pressão. Além disso, uma produção maior na China e na Índia pode abastecer os estoques mundiais e derrubar as cotações da fibra.
Veículo: O Estado de S.Paulo