Moda pernambucana projeta venda de R$ 2 bi, mas vê queda

Leia em 2min 30s

Responsável por 18% da produção nacional, ou seja, com previsão de que serão confeccionados mais de 700 milhões de peças neste ano pelas mais de 15 mil indústrias instaladas no estado, Pernambuco espera um retorno financeiro do ramo de vestuário que beira os R$ 2 bilhões este ano. De acordo com a Associação Comercial e Industrial de Caruaru (Acic), porém, a crise econômica internacional começa a incomodar os negócios das empresas da região. Um termômetro vem da 12ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, que acontece esta semana em Caruaru (PE), e deve movimentar R$ 15 milhões, 20% menos do que o volume registrado no mesmo período do ano passado devido, justamente devido a impactos por conta das oscilações econômicas internacionais. Apesar disso, de 17 a 19 deste mês, o Centro de Convenções de Caruaru recebe 120 empresas interessadas em apresentar coleções de primavera-verão.

 

No evento são esperados 500 lojistas de todo o Brasil para fazer negócios. Conforme a assessoria do encontro, a região está inserida no Polo de Confecção de Agreste, que é o segundo maior do Brasil, atrás somente do de São Paulo. "A indústria de Pernambuco percebeu que precisava melhorar as peças sem aumento substancial dos preços para se manter competitiva", disse Débora Florência, gerente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), na unidade de Negócios do Agreste Meridional/Caruaru.

 

Crise financeira

 

O volume de negócios proporcionados pela 12ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana teve de ser reduzido dos iniciais R$ 20 milhões para R$ 15 milhões, em decorrência da crise financeira mundial, que, apesar de ainda não ter atingido o Brasil com muita força, faz os empresários serem mais cautelosos quanto as projeções econômicas.

 

"Com a crise mundial estamos cada vez mais disputando o mercado interno. E a importação é um fator que tem causado um estrago grande na produção interna" afirma Vamberto Barbosa, diretor da Acic e do Sindicato da Insdústria de Vestuário de Pernambuco. Para ele, a saída está na facilidade de ser um estado produtor brasileiro e proporcionar novas ideias ao varejo. "Se escapa [da crise] com rapidez na logística, com criatividade e com o relacionamento com o varejo", enumera. "Buscam-se nichos de mercado a que as grandes exportações não conseguem chegar", detalha.

 

Outro motivo que preocupa os produtores da região é o alto número de importações de vestuário. Conforme com o presidente da Acic, João Bezerra da Silva Filho, a sociedade como um todo precisa ajudar a coibir a entrada destes produtos, com o intuito de favorecer a produção nacional. "O governo federal está com medidas de redução fiscal para o mercado têxtil nacional, o que nos favorece muito. Precisamos que a sociedade brasileira entenda e valorize o que é feito aqui e valorize o Made in Brazil ao invés do Made in China", destaca.

 


Veículo: DCI


Veja também

Brasil gasta 114% mais com a importação de leite até junho

Apesar dos volumes não representarem um incremento grande na comparação com 2010, brasileiros temem...

Veja mais
Região Nordeste atrai líderes do mercado de porta a porta

Em consonância com o impulso econômico da região, o varejo de porta a porta tem ganhado destaque no N...

Veja mais
Importação de têxteis será fiscalizada

Operação da Receita em portos e aeroportos para coibir entrada ilegal ou desleal de tecidos e vestuá...

Veja mais
Importações de leite do Mercosul disparam

A disparada das importações brasileiras de produtos lácteos contribuiu para abalar a relaç&a...

Veja mais
Nivea reforça a distribuição e o marketing

Vendas globais da marca alemã crescem apenas 1,6% até junho, mas no Brasil faturamento aumenta 13%  ...

Veja mais
BIC lança linha de lápis de cor para disputar liderança deste mercado

Na volta às aulas de 2012, duas gigantes europeias em material escolar vão se enfrentar num duelo de tit&a...

Veja mais
Atacadão seria plano acertado para rede Walmart

Um dos jornais de economia mais tradicionais do mundo, o Financial Times publicou ontem em um blog que a bandeira de ata...

Veja mais
GPA abre loja "verde" enquanto vê triplicar venda de computador

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) investiu R$ 15 milhões na abertura do seu terceiro supermercado ...

Veja mais
Embalagens: Setor já começa a registrar desaceleração econômica

A indústria de embalagem já começa a sentir os efeitos da desaceleração da economia e...

Veja mais