Com Scala e TriFil, Boticário entra na área de moda

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Seis meses após a criação da Eudora, sua marca de venda porta a porta, o Grupo Boticário anuncia a entrada no segmento de moda. A fabricante de perfumes e cosméticos informou ontem a compra de uma participação minoritária na Scalina, dona das marcas Scala e TriFil, que há um ano teve o controle adquirido pelo fundo americano Carlyle. As empresas não divulgaram o valor da transação, que deve ser concluída em 30 dias.

 

Segundo o Valor apurou, o Boticário adquiriu cerca de 20% do capital da Scalina, sendo metade proveniente do Carlyle e a outra parte de Ronaldo e Bruno Heilberg, fundadores da empresa de lingerie. Na época da aquisição, o Carlyle teria pago aproximadamente R$ 280 milhões por 51% da Scalina.

 

Ainda de acordo com fontes do setor, com a aquisição, o Boticário deve vender lingeries no catálogo da Eudora. As empresas não se pronunciaram sobre o assunto. Os mercados de venda direta e de lingerie vêm registrando crescimentos significativos. No ano passado, as vendas por catálogo movimentaram R$ 26 bilhões, uma alta de 17% sobre 2009, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD). Nesse mesmo período, o segmento de lingeries registrou faturamento de R$ 5,5 bilhões ante R$ 5 bilhões no ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). A concorrente DeMillus vende 80% de sua produção por meio de catálogo, o equivalente a 130 mil peças de lingerie por dia.

 

Em comunicado, o presidente do Boticário, Artur Grynbaum destacou que o acordo contribui para a diversificação dos negócios do grupo, "que tem como objetivo ser reconhecido pela atuação nos setores de beleza e moda" e observou que a experiência da companhia na operação de varejo e franchising será compartilhada com a Scalina. O Boticário conta com 3 mil pontos de venda, enquanto a Scala tem 100 unidades franqueadas e a TriFil está presente em 13,5 mil lojas multimarcas.

 

O primeiro passo da fabricante de cosméticos na ampliação de suas áreas de atuação foi dado no ano passado, com a criação de uma holding com duas unidades de negócios, uma para abrigar a marca Boticário e sua rede de franquias e outra para identificar oportunidades, com a empresa GKDS. Este ano, lançou a marca Eudora, oferecida principalmente por catálogo, mas também em canais como a internet. Desde que tornou pública a intenção de concorrer com Avon e Natura na venda direta, Grynbaum passou a dizer que a intenção era ter uma das principais empresas do segmento no Brasil e nunca descartou a possibilidade de entrar em outros ramos, como moda.

 

Grynbaum assumiu o comando do Boticário em 2008, em substituição ao fundador, Miguel Krigsner, e tem investido também na ampliação da capacidade de produção. Em junho, anunciou a intenção de construir uma fábrica de cosméticos e um centro de distribuição no Nordeste, sendo que a Bahia é uma das opções. E também avalia a ampliação da unidade de São José dos Pinhais (PR), onde fica a sede da companhia, e do centro de distribuição de Registro (SP).

 

Com as marcas Boticário e Eudora, o grupo possui no portfólio quase mil itens de perfumaria e cosméticos. Em 2010, o faturamento da indústria somou R$ 1,6 bilhão. A receita da rede de lojas chegou a R$ 4,6 bilhões.

 

Veículo: Valor Econômico

 


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