O maior poder de compra dos brasileiros e o acirramento da concorrência foram o pontapé para que 20 supermercados mineiros se unissem em torno de um mesmo projeto. A Rede Super Varejista que será lançada oficialmente no mês que vem nasceu da demanda por maior competitividade em dias de otimismo para o segmento. Apesar do modelo de associativismo já ser um velho conhecido, o conceito adotado desta vez é diferente. Mais do que visar a constituição de uma central de compras, está em curso um processo de padronização e de aquisição de novas lojas.
O diretor-executivo da Associação Super Varejista de Minas Gerais (ASV/MG), entidade à frente da iniciativa, Gilberto Cardoso, estima que, com o projeto, os 20 pontos de venda registrem crescimento de 30% em 2011 em relação ao ano passado, atingindo juntos R$ 300 milhões em receita.
A perspectiva segundo ele é conseqüência de novas ferramentas que, com o associativismo, passam a fazer parte do negócio. Entre elas, investimentos em mídia, contato direto com as indústrias e gestão aprimorada das unidades.
A ASV/MG está investindo R$ 1 milhão em campanhas de divulgação da marca, etapa que visa uma aproximação com o consumidor. Até o momento, conforme Cardoso, somente os fornecedores enxergam as 20 lojas como um grupo o que deve mudar com a aposta em marketing.
A apresentação do conceito de rede ocorre seis meses após a formação do grupo, o que é parte da estratégia da ASV/MG que optou por esperar a conclusão das ações de padronização nas filiais. Quando o modelo chegar ao consumidor, as 20 unidades da Rede Super Varejista terão a mesma comunicação visual em termos de estrutura e uniforme dos funcionários.
Rede - Os planos para a Super Varejista são audaciosos. O diretor-executivo estima que até o fim do ano o grupo já esteja composto por 50 lojas. Os próximos supermercados a compor a rede serão escolhidos com base em critérios como localidade, faturamento (pelo menos R$ 500 mil/mês), estrutura física e perfil do empreendedor.
Em seguida será iniciado o processo de aquisições. De acordo com Cardoso, a primeira loja própria será inaugurada em 2014. A ideia é abrir um ponto de venda por ano. Ainda com o objetivo de crescer como grupo, a Super Varejista planeja criar uma sede no ano que vem para centralizar as áreas de logística, recursos humanos e contabilidade.
Os 20 pontos de venda que compõem o negócio faziam parte da Rede Smart, do Grupo Martins de Uberlândia. Cardoso explicou que o desejo de independência do atacadista do Triângulo Mineiro foi o que levou à criação da Rede Super Varejista.
Integram a iniciativa 17 supermercados da Grande BH e três da região Central do Estado (Conselheiro Lafaiete, Paraopeba e Caeté). Todas as lojas são de médio porte e têm como alvo os consumidores das classes C e D. De Belo Horizonte integram o grupo empresas como o Lanna Supermercados, Supermercado Tirol e Del Rey.
Além dos ganhos para o empreendedor, o diretor-executivo enfatizou as vantagens que o modelo de associativismo oferece para os clientes: mix completo, melhor atendimento e preços competitivos. No futuro, a rede ainda tem como meta a criação de uma loja virtual. Para Cardoso, a estimativa de 30% de crescimento no faturamento dos pontos de venda em 2011 seguramente deve ser alcançada. Isso porque, mesmo sem o lançamento oficial da marca, o grupo já registrou entre março e julho um salto de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.
Veículo: Diário do Comércio - MG