Drogaria São Paulo e Pacheco se unem

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Após seis meses de negociação, a Drogaria São Paulo e a Drogarias Pacheco anunciaram ontem a união das operações, num movimento que deve abrir espaço para a abertura de capital da nova companhia criada com a fusão, a Drogarias DPSP. "Esse é um processo natural. Vemos um IPO [oferta pública inicial de ações] de forma muito positiva e estaremos nos preparando para isso a partir de 2012", afirmou ontem Gilberto Martins Ferreira, presidente da nova rede de farmácias e ex-presidente da Drogaria São Paulo.

 

Com R$ 4,4 bilhões de faturamento em 12 meses e 691 pontos em cinco Estados, a Drogarias DPSP se torna a maior varejista do setor de farmácias em faturamento bruto. Em segundo lugar está a empresa criada da união de Drogasil e Droga Raia, que soma R$ 4,1 bilhões em vendas e 700 lojas. A Brazil Pharma, do banco BTG Pactual, passa a ocupar o terceiro lugar em número de lojas, com 681 unidades e receita de R$ 514 milhões de janeiro a junho. A Pague Menos tem o terceiro maior faturamento, com R$ 2,2 bilhões em 2010.

 

As famílias Barata e Carvalho, da Pacheco e da DSP, respectivamente, devem ocupar o mesmo número de cadeiras no conselho de administração da nova companhia -- que será gerido por Samuel Barata, presidente da Pacheco, a maior rede de farmácias do Rio de Janeiro. Ainda não está determinado o número de conselheiros de cada grupo, mas com essa divisão, o poder decisório será repartido igualmente, dizem as companhias. Com a união, estima-se que a nova rede passe a ter 8,7% do mercado de farmácias. A Raia Drogasil tem 8,3%.

 

De acordo com informações no mercado, a Pacheco será acionista majoritária, com cerca de 55% do controle da Drogarias DPSP - e o restante fica com a Drogaria São Paulo. As empresas não informam os números. "O importante é que se trata de uma união de iguais, com mesmo poder de decisão e com negócios muito complementares", diz Ferreira. "A sobreposição é baixíssima, inferior a 10 lojas, e isso foi fundamental na hora de tratarmos desse acordo".

 

Mais de 95% das lojas das duas cadeias somadas estão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, mas elas ocupam territórios diferentes. Enquanto a Pacheco é forte no Rio e interior do Estado, a Drogaria São Paulo espalhou-se por todo o território paulista. Em Minas, a Pacheco ocupou o norte da região e a sua sócia está no sul do Estado. Além disso, a Drogaria São Paulo tem duas lojas na Bahia e a Pacheco, três pontos no Espírito Santo.

 

Nós próximos meses, será feita a integração das operações e as marcas das duas redes devem ser mantidas. O plano é ir para novos Estados por meio de crescimento orgânico, inclusive para o Nordeste.

 

Ainda não está decidido, no entanto, a segmentação das bandeiras por região geográfica. Mas para acelerar esse processo de crescimento, a companhia admite que está aberta a novas fusões. "Esse modelo de união das forças faz todo o sentido. O conhecimento que cada um tem do negócio fica. Se oportunidades dentro desse formato aparecerem, vamos olhar", diz o presidente da Drogarias DPSP. Entre as redes que são consideradas ativos interessantes hoje estão a Panvel, com foco no sul do país, e a Drogaria Araújo, a maior de Minas Gerais.

 

O Pátria Investimentos e o escritório de advogados Machado Meyer atuaram como assessores financeiro e legal, respectivamente, da Drogaria São Paulo. O Banco Espírito Santo e o escritório Pinheiro Neto trabalharam para a Pacheco.

 

Veículo: Valor Econômico


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