Produção de frutas baterá recorde no Brasil este ano

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Já a horticultura sofre com o clima, e os preços nos mercados do País seguem elevados. Em Santa Catarina, as altas chegam a 50% devido a chuvas e enchentes.



O Brasil deve fechar o ano com uma produção de frutas recorde, passando de 42,6 milhões de toneladas registradas em 2010, para mais de 44 milhões de toneladas esse ano. Com o consumo interno crescente e o cambio em baixa, o País também deve importar mais frutas no período. Já no setor de horticultura, a expectativa é de preços mais altos, devido a problemas climáticos que afetaram as principais regiões produtoras.

A fruticultura brasileira está colhendo este ano os reflexos de uma economia em alta. Com um consumo mais alto no País, a expectativa é de que as importações também sejam elevadas. De janeiro a agosto deste ano, o Brasil já comprou 292 mil toneladas de frutas, 26% a mais que o ano anterior, quando foram adquiridas 223 mil toneladas. Em termos financeiros foram gastos mais de US$ 300 milhões no período, o que representa alta de 34%.

Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Moacyr Saraiva Fernandes, a oferta de frutas exóticas no País está cada vez maior. "O consumo interno de frutas está bastante aquecido desde o ano passado e obviamente o cambio está favorecendo as importações, principalmente dos itens que eram mais caros, ou de difícil acesso, como a framboesa quem começam a aparecer mais", disse ele.

Com esse movimento crescente, Fernandes afirmou que algumas empresas brasileiras especializadas na exportação de frutas já voltaram suas atenções para o mercado interno. Com isso, o volume exportado de janeiro a agosto foi 21% menor na comparação com o mesmo período do ano passado. Passando de 419 mil toneladas, para 328 mil neste ano. A receita com as embarques também foi menor, e caiu 3%. "O dólar em baixa favoreceu a importação, trazendo consigo mais variedades, e preços mais baixos", comentou Flávio Godas, economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp).

No Ceagesp as comercializações de frutas cresceram 2%, passando de 808 mil toneladas, para 823 mil toneladas, lideradas pela venda de laranja, que detém 9,5% do total de vendas da unidade paulistana. No primeiro semestre do ano os preços do produto recuaram 7%, passando de R$ 1,2 o quilo na média em 2010, para R$ 1,1 este ano.


Em Minas Gerais o Ceasa também registrou incremento no volume comercializado de frutas nesse primeiro semestre, fechando com 306 mil toneladas, contra os 305 mil do ano anterior. "Os preços das frutas ficaram em média R$ 1,36 o quilo nesse primeiro semestre, contra os R$ 1,22 no ano passado. A expectativas é que devemos ficar em linha com o ano passado, que já teve um grande crescimento do consumo", afirmou Ricardo Fernandez Martins, coordenador de informações de mercado Ceasa/Minas.

No Ceasa de Santa Catarina os preços das frutas não estavam mais elevados que o ano passado, apesar da grande demanda, e dos problemas climáticos. As vendas foram 15% maiores. O grande problema no estado foi em relação à horticultura, que por conta das geadas, e das enchentes que afetaram o estado recentemente, diminuíram a produção e elevaram os preços. "Principalmente a área de olericultura tivemos um grande crescimento nos preços, e esse mês por conta das enchentes e chuvas, os preços estão até 50% mais altos", frisou o presidente da Ceasa/SC, Ari João Martendal.

Em São Paulo apesar da normalidade na produção das folhagens, o impacto gerado pela alta dos tomates, que também detém 9,5% das vendas totais do Ceagesp, refletiu em toda a horticultura. "O destaque negativo é o tomate, que fechou com um preço médio de R$ 2,06 o quilo, ou seja, alta de 35%, se comparado a 2010", disse Godas.


Somente em Minas Gerais, no qual a produção de hortaliças é superior a de frutas, os valores de legumes e verduras registraram queda, fechando com R$ 1,04 na média de 2011, contra os R$ 1,15 de 2010. A oferta desse setor foi 5% maior este ano.


Veículo: DCI


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