Casino amplia fatia no Pão de Açúcar

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Participação do grupo francês sobe de 33% para 46% em menos de três meses na supermercadista brasileira



Para analistas, Casino quer pressionar pela saída de Abilio Diniz da rede após disputa pública sobre Carrefour

O grupo francês Casino, que divide o comando do Pão de Açúcar com o empresário Abilio Diniz, comprou mais US$ 300 milhões em ações da varejista brasileira.
O negócio não altera a disputa de poder entre os acionistas, que divergiram publicamente em torno da fusão com o Carrefour, mas dá ao Casino 45,9% do Pão de Açúcar -mais que o dobro dos 21% de Abilio Diniz. Até então, a fatia era de 43,1%.

É a terceira vez desde o final de junho que o Casino vai a mercado para comprar ações do Pão de Açúcar.
Dessa vez, a compra foi feita em nome da Rallye, controladora do Casino.
As ações foram compradas em agosto, mês em que as ações "derreteram" por conta da crise, nas Bolsas do Brasil e dos EUA. O valor não foi divulgado, mas o mercado estima em US$ 300 milhões.

ESTRATÉGIA

Em menos de três meses, os franceses compraram mais de US$ 1,5 bilhão em ações da varejista brasileira, fazendo sua participação saltar de 33% para quase 46%.
O Casino atribui as compras à sua "confiança" no Brasil e na operação brasileira. "A aquisição reafirma seu compromisso com o Brasil e com o Grupo Pão de Açúcar."

Para analistas, porém, o Casino quer obter mais de 50% do Pão de Açúcar para pressionar pela saída de Abilio Diniz da rede supermercadista fundada por seu pai.
O grupo francês estaria interessado inclusive em comprar as participações das irmãs Lucilia e Sonia Diniz, estimada em pelo menos 3%.

O convívio entre os sócios e antigos amigos teria ficado insustentável após Abilio Diniz propor a fusão com o rival Carrefour, em que os franceses seriam diluídos a uma posição coadjuvante.

A proposta foi chamada por Jean-Charles Naouri, presidente mundial do Casino, de "expropriação" de um direito pelo qual pagou há cinco anos.
Em 2006, Abilio Diniz vendeu o controle da varejista ao Casino, que passou a ter o direito de exercer a troca no comando a partir de junho de 2012, pagando simbolicamente R$ 1 por uma ação.

Ao grupo francês, interessa controlar o Pão de Açúcar para "consolidar" (levar) os resultados brasileiros no balanço da matriz francesa, que tem alto endividamento.
Com o Brasil integralmente no balanço, os franceses teriam mais "conforto financeiro" para ampliar seu endividamento com custo baixo.



Veículo: Folha de S.Paulo


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