Supermercados que se associam para formar centrais de compra não temem a inflação dos alimentos e preveem crescimento de pelo menos 20% nas vendas de fim de ano. A Rede Unida, que reúne 16 estabelecimentos, admite que a alta nos preços é percebida mensalmente, mas não crê que o consumidor se retraia.
A inflação dos alimentos não tem reduzido as perspectivas otimistas do setor supermercadista para o fim do ano. Nas centrais de compras do Estado consultadas pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, a previsão é que as vendas para o Natal e o Ano Novo superem em pelo menos 20% as comercializações de 2010.
Segundo o diretor da Rede Unida, associação que reúne 16 supermercados de cinco municípios da Zona da Mata mineira, Moacir Salgado, a alta nos preços tem sido sentida mensalmente. Porém, o salto não será suficiente para que o consumidor coloque o pé no freio durante as compras de Natal.
Ele diz que tradicionalmente, os produtos mais vendidos nessa época, como a carne suína, ficam com preços mais salgados com a chegada do fim do ano. Já entre os itens que compõem a cesta básica, o açúcar é o que tem registrado maior elevação.
Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o grupo formado por alimentos e bebidas já registrou alta de 0,72% em setembro, variação superior à contabilizada em agosto (0,21%). O resultado tem pressionado o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 0,17 ponto percentual. No total, o IPCA de setembro está acumulado em 0,53%, ante os 0,27% de agosto.
Apesar disso, Salgado espera um incremento de cerca de 20% nas vendas deste fim de ano se comparado com o mesmo período de 2010. As encomendas devem expandir na mesma proporção, enquanto o mix de produtos adquirido será 5% maior em relação a outras épocas. Atualmente a Rede Unida trabalha com 80 fornecedores.
Já na Associação Super Varejista de Minas Gerais (ASV/MG), que reúne 20 pontos de venda na Grande BH e na região Central de Minas e será lançada oficialmente em outubro, as perspectivas são ainda mais otimistas. O diretor, Gilberto Cardoso, espera comprar entre 30% e 40% de mercadorias a mais em dezembro do que o montante planejado para os outros meses. De acordo com ele, o aumento será fruto especialmente dos produtos sazonais, como bebidas festivas, lombos e pernis.
Embora tenha sentido o peso da inflação nas mercadorias, o empresário afirma ter conseguido reduzir o aumento repassado para o consumidor. Isso graças ao poder de negociação que o modelo de associativismo permite.
Atualmente a ASV/MG conta com cerca de 200 fornecedores de produtos de cesta básica, perfumaria e limpeza e itens adquiridos especialmente para promoções. As outras mercadorias são compradas individualmente com o intuito de preservar o perfil de cada loja.
Carvalho explica que mais do que ser uma central de compras, a Super Varejista foi criada para fortalecer as companhias envolvidas a partir um modelo de padronização de lojas e aquisição de pontos de venda. Inicialmente, a ideia é agregar ao grupo outros 30 supermercados e padronizá-los, assim como já foi feito com as 20 unidades que hoje integram o negócio.
Em seguida, será iniciado o processo de aquisições que contempla a compra de um ponto de venda/ano. Com isso, a rede pretende ganhar rentabilidade e força como grupo. O diretor cita também a criação de uma sede no ano que vem para centralizar os setores de logística, recursos humanos e contabilidade.
Veículo: Diário do Comércio - MG