O governo australiano decidiu abolir o órgão que regula suas exportações de trigo - Exportações de Trigo da Austrália (WEA, na sigla em inglês) - e a taxa que mantém sobre todas as exportações nacionais do cereal (22 centavos de dólar por tonelada) a partir de 30 de setembro de 2012, disse na sexta-feira o ministro da Agricultura Joe Ludwig. Ambas as iniciativas fazem parte das medidas que vêm sendo adotadas pelo governo australiano para desregulamentar as vendas do produto ao exterior.
As mudanças anunciadas "respondem" a um recente relatório sobre a política australiana para o trigo que teve grande repercussão no país. Só que uma das conclusões do relatório é que elas deveriam ser adotadas imediatamente.
Ludwig garantiu que o mercado local ficará, sim, livre de qualquer regulação, mas apenas a partir de outubro de 2014. "O governo apoia as recomendações da Comissão de Produtividade e crê que elas melhorarão a comercialização de trigo no futuro", afirmou o ministro da Agricultura.
A Austrália é um dos quatro principais países exportadores de trigo do mundo. Para o ano-agrícola que terminará em 30 de setembro de 2012, estima que seus embarques alcançarão 20,4 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde histórico.
O órgão regulador WEA foi criado em meados de 2008, quando a Austrália aboliu seu sistema unificado de exportações de trigo para acomodar novos exportadores do cereal a granel. Atualmente, há no país 26 empresas exportadoras de trigo credenciadas, grupo criado após o fim do monopólio que era exercido pela Junta Australiana de Trigo, hoje chamada de AWB Ltd.
Entre os grandes grupos que passaram a atuar no mercado australiano de trigo estão as divisões locais de multinacionais como Glencore, Cargill e Agrium.
Veículo: Valor Econômico