Persiste impasse com Argentina em lácteos

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Os produtores de leite da Argentina rechaçaram a proposta brasileira de aumentar a cota mensal de exportações de leite em pó para o Brasil de 3,3 mil para 3,6 mil toneladas, com a fixação de 600 toneladas mensais para queijos. A proposta, essencialmente a mesma que o setor privado de ambos os países já havia debatido em reunião em agosto em Porto Alegre, foi discutida ontem em encontro na secretaria de Comércio Interior da Argentina, em Buenos Aires.

Com a manutenção do impasse, a entrada de produtos argentinos continua limitada ao volume da antiga cota, expirada desde o fim de abril, após dois anos de vigência. "A proposta é inaceitável, sobretudo pelo estabelecimento de uma cota para o queijo, que é um produto final, e não um insumo para a indústria. Além disso, o volume proposto é ridículo: representa menos de 1% do mercado brasileiro de queijo", afirmou o gerente geral do Centro da Indústria do Leite da Argentina, Jorge Secco.

Os produtores brasileiros estão negociando em uma posição vantajosa, dado o pouco interesse do governo argentino em transformar a disputa em um tema da agenda bilateral entre os dois países. Segundo um dos negociadores brasileiros, o representante da Confederação Nacional da Agricultura, Rodrigo Alvim, "os governos participam apenas como espectadores". "O que gostaríamos de entender é por que as coisas estão acontecendo desta maneira", queixou-se Secco.

A cota fez com que a participação argentina no total importado pelo Brasil caísse de 70% para 50%. O espaço foi ocupado por exportadores do Uruguai e do Chile, que vendem para o Brasil sem cota, mas que têm menos excedentes para exportações. Embora a produção brasileira este ano deva ter um ligeiro crescimento, atingindo 30,2 bilhões de litros, segundo a CNA, as importações também estão em alta: no primeiro semestre do ano atingiram 85 mil toneladas, ante 113 mil toneladas importadas durante todo 2010.

A produção argentina também é crescente e deve chegar em 2011 a 11 bilhões de litros. Cerca de 80% desse total é destinado ao mercado interno. Considerando todos os derivados da cadeia láctea, o volume das exportações argentinas é consideravelmente superior a 3 mil toneladas mensais da cota do leite em pó. Segundo dados da própria Câmara argentina do leite, em 2010 foram exportados ao Brasil 86,5 mil toneladas, o que resulta em uma média mensal de 7, 2 mil toneladas.


Veículo: Valor Econômico


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