Brasileiro valoriza ficar em casa e quer gastar com alimentos frescos

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Nos Estados Unidos, onde 52% dos consumidores estão ansiosos sobre o futuro, 42% querem ficar em casa para aliviar o estresse, segundo uma pesquisa da consultoria Boston Consulting Group (BCG) realizada com 24 mil pessoas em 21 países. Na zona do euro, a ansiedade atinge 53% e 33% querem a segurança do lar. Em um contexto econômico muito mais pujante, o percentual de brasileiros ansiosos é menor (40%), mas o desejo de ficar em casa é um dos mais altos entre os países pesquisados, de 51%.

A pesquisa mundial do BCG - com 650 entrevistados nas cidades de São Paulo, Recife e Porto Alegre entre março e abril - mostra as categorias em que o consumidor busca produtos mais acessíveis (movimento classificado como "trading down") e os segmentos em que há o desejo de itens mais caros ("trading up").

Enquanto a população dos países em crise procura a segurança do lar para gastar menos, os brasileiros querem gastar mais para ficar em casa. Estão dispostos a aumentar os desembolsos para ter um lar bem decorado e equipado, onde possam reunir a família e amigos. Isso deve se refletir no consumo de móveis, decoração e eletrônicos, como TVs e videogames.

Já na hora de se divertir fora de casa, a ordem é economizar - 47% das pessoas ouvidas querem gastar menos com entretenimento; 45%, com restaurantes à la carte; e 44%, com fast-food.

Além da reforma e decoração da casa, os alimentos frescos estão no topo das preferências do brasileiro. Mais de 30% não quer economizar com frutas, verduras, legumes, laticínios, frango, carne e sucos.

O levantamento também mostrou que 15% dos entrevistados no Brasil estão dispostos a pagar mais caro por produtos "verdes", mais do que os 9% observados na pesquisa de 2010. A parcela dos que sempre compram esse tipo de item ainda é pequena, mas subiu de 4% para 6%, enquanto 48% afirmam nunca comprar produtos menos agressivos ao ambiente.

Os consumidores também sofisticaram as escolhas na hora de comprar um carro e itens de cuidado pessoal, como desodorantes e pastas de dente. "Em diversas categorias o crescimento do consumo deixa de ser puramente direcionado por volume, como há cinco ou seis anos, e se volta para produtos de mais qualidade", diz Olavo Cunha, sócio do BCG em São Paulo.

Por outro lado, enquanto grande marcas internacionais apostam no mercado de luxo brasileiro, joias e produtos de luxo aparecem na pesquisa entre os principais itens pelos quais o consumidor não quer pagar muito. "Isso acontece no mundo todo pós-crise. Ostentar o luxo é cada vez menos valorizado em favor da discrição", diz Cunha. Ele destaca que a pesquisa considera a intenção do consumidor, o que não se reflete necessariamente na hora da compra. (LS)


Veículo: Valor Econômico


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