Dia das Crianças deve registrar alta de até 9% nas vendas

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Varejo diz que valorização do dólar não afetará preços dos brinquedos


Graças ao calendário de encomendas do comércio junto à indústria, que ocorre em geral com 90 dias de antecedência, o Dia das Crianças não terá impacto negativo nem para consumidores, nem para os lojistas. Os preços devem se manter e as vendas devem ser boas, segundo estimativas dos lojistas, que calculam crescimento de 5% a 9% nas comercializações em relação a 2010. "Não haverá interferência direta sobre os valores dos brinquedos, em função de as importações terem ocorrido antes do aumento do câmbio e dos impostos", diz Vilson Noer, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA). Segundo ele, a maior preocupação é com relação à alta da inflação, que, se ocorrer, deverá trazer danos, devido ao aumento de custos que provocará às empresas.

Apesar disso, Noer garante que, em relação às vendas do Dia das Crianças e do Natal, há expectativa de se manter níveis bastante satisfatórios, devido à estabilidade dos empregos e da renda das famílias. De acordo com a CDL, o consumo dos últimos três meses do ano deverá representar alta de 8% a 9% para o setor. O ticket médio das compras referentes à data que homenageia as crianças deve ficar entre R$ 80,00 e R$ 100,00.

"O comércio não deve sofrer nenhum impacto, e se alguém mexer em preço estará se aproveitando da situação", dispara o professor especialista em varejo da ESPM Gildo Sibemberg. Ele acredita que os valores dos produtos só devem ser alterados em dezembro, quando os importados já terão sido adquiridos com o dólar corrigido. A tendência é que as pessoas evitem transtornos diminuindo o valor médio das compras. "Ninguém deixa de presentear no Dia das Crianças, nem no Natal, o que pode ocorrer é que as lembrancinhas se sobressaiam aos produtos de maior valor agregado."

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado (FCDL), Victor Koch, discorda que o consumo para o Natal sofrerá influências do câmbio. "Não haverá nenhuma intervenção da cotação atual do dólar no preço final dos produtos nem para a data das crianças, nem para o Natal. Os comerciantes não irão repassar preços para o consumidor, porque sabem que irão perder vendas", garante. Segundo ele, o foco agora está em aproveitar as datas para vender. "Acreditamos que as comercializações deste ano irão superar as de 2010 em 5%, até porque a maioria dos empregos está sendo mantida", finaliza.

O presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, também está otimista. "A maioria das empresas já tem estoques - acredito que não haverá repasse de preços para os consumidores e que as vendas serão tão boas quanto no ano passado." Ele pondera que, se o dólar continuar alto, os repasses serão inevitáveis e, consequentemente, no Natal os preços dos produtos podem ficar mais caros. "Mesmo as mercadorias produzidas no Brasil utilizam muita matéria-prima e componentes importados", explica.

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) prevê crescimento de 7% nas vendas do Dia das Crianças, em comparação a 2010. "A avaliação é que a demanda interna ainda persistente deverá contribuir para um resultado positivo das comercializações durante todo o restante do ano", afirma o presidente da entidade, Roque Pellizzaro Junior. "O consumo das famílias ainda é o motor do varejo brasileiro, e esse movimento deverá se repetir para o Dia das Crianças, ainda que em um ritmo menor do que vínhamos verificando antes", destacou.


Veículo: Jornal do Comércio - RS


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