O mais recente foco publicitário da maior empresa mundial de alimentos é um dos segmentos mais resistentes à crise: os cachorros. Em anúncios que começarão a ser exibidos na TV austríaca nesta semana não faltam ganidos, sons de alta frequência e tons agudíssimos, tudo concebido para por os cães em tal frenesi que seus donos saiam correndo e comprem comida da marca Beneful, da Nestlé.
Os anúncios oferecem uma ilustração vívida sobre onde estão os verdadeiros motores de crescimento do consumo. Embora a venda de alimentos em grande parte do mundo desenvolvido esteja estagnada, a venda de alimentos para pets continua crescendo. A Euromonitor prevê alta anual acumulada de 6% para as vendas mundiais de comida para cães na década de 2016, comparada a 5,3% para alimentos embalados em geral.
No Reino Unido, onde os cidadãos são satirizados por gostar mais de cães que dos filhos, a comida para pets é menos frequentemente vendida a preços promocionais do que comida para gente.
Gerardo Perez, veterinário da Purina, da Nestlé, disse que o anúncio emprega sons que aumentam a percepção dos cães. Os "cães de sofá", disse, correm para a tela e empinam suas orelhas quando os anúncios são exibidos. Anúncios similares na Alemanha no verão aumentaram as vendas.
A venda de alimentos para animais tem sido boa para a Nestlé, que em 2010 obteve 13% da receita nesse segmento e registrou taxas de crescimento superiores à da divisão em geral. Nos EUA, o mercado de alimentos para pets é três vezes maior do que o de comida para bebês e tem melhor desempenho. Vários países já têm mais animais de estimação do que as crianças, como o Japão e o Reino Unido. Não por acaso, a Nestlé lançou este ano sorvete para cães e jogo de iPad para gatos.
Veículo: Valor Econômico