Vendas do açúcar mineiro para outros países crescem 15,9% no acumulado do ano e batem recorde do período
As exportações de açúcar adoçaram os negócios dos produtores mineiros. As vendas do produto para o mercado externo aumentaram 15,9%, nos primeiros oito meses do ano, e atingiram US$ 688,5 milhões, de acordo com dados Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O montante apurado é o maior já registrado para o período, segundo avaliação da Subsecretaria do Agronegócio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
De acordo com a assessora técnica Márcia Aparecida de Paiva Silva, da Superintendência de Política e Economia Agrícola da secretaria, o volume exportado manteve-se estável por volta de 1,3 milhão de toneladas. Ela considera que o crescimento da receita de exportação, aliado à estabilidade do volume embarcado, evidencia o aquecimento do valor médio do açúcar embarcado, que chegou ao maior montante para período de janeiro a agosto desde 2001, quando foram iniciados os levantamentos.
Márcia Silva acrescenta que o aquecimento das cotações do açúcar é verificado também no mercado interno, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). “Na comparação entre os primeiros oito meses de 2010 e 2011, os preços pagos pelo açúcar (desconsiderando o efeito da inflação no período) aumentaram 19,4% e atingiram a média de R$ 66,69 para a saca de 50 quilos. Comparando agosto com julho, foi registrado incremento de 6,5%”, informa a assessora.
Entre os diversos produtos classificados por açúcar, que englobam derivados provenientes do complexo sucroalcooleiro – lactose, glicose, demais açúcares, caramelos e similares e outros produtos de confeitaria –, teve destaque a exportação de açúcar de cana em bruto (sem a adição de aromatizantes e corantes), que respondeu por 91,6% das exportações do segmento mineiro. Nas exportações brasileiras, essa especificação correspondeu a 74% das vendas do segmento.
De acordo com a assessora, os destinos do açúcar de cana (bruto) têm apresentado oscilações. Nos primeiros oito meses de 2010, os três principais compradores (Irã, Rússia e Índia) adquiriram o equivalente a 45,7% das exportações mineiras. Já em igual período de 2011, os três principais mercados foram Rússia, Irã e China, que adquiriram 40,8% da receita dos embarques mineiros”, diz Márcia Silva.
As estimativas para a safra brasileira de 2011/2012 de açúcar apontam para 37,1 milhões de toneladas, queda de 2,9% em relação à produção de 2010/2011. Ao contrário da conjuntura brasileira, para a produção mineira é esperado crescimento de 6,4%, com volume de 3,5 milhões de toneladas.
Veículo: O Estado de Minas