Comercialização de trigo deve avançar

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A comercialização de trigo brasileiro deve ganhar impulso a partir deste mês. De acordo com o presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, os estoques da indústria estão baixos e ainda não há disponibilidade de cereal da Argentina e do Paraguai. A previsão do empresário é que a indústria consuma só em outubro cerca de 1 milhão de toneladas de trigo nacional, o que equivale a 20% da produção prevista para o país.

A oferta da Argentina, maior exportador de trigo ao Brasil, deve entrar a partir de dezembro, segundo Pih. A colheita do Paraguai já começou, mas ainda não há volumes suficientes para atender o mercado brasileiro, o que deve ocorrer somente a partir de novembro.

Neste momento, a comercialização da nova safra de trigo no Paraná está entre 4% e 5%, segundo estimativa da Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar). "Estamos com 45% da safra colhida, mas a comercialização ainda está muito baixa", diz Robson Mafiolletti, assessor técnico da Ocepar.

Cético quanto ao aquecimento da comercialização, Mafiolletti informa que na semana que vem a Ocepar deve se reunir com representantes do governo para traçar uma estratégia de apoio governamental para escoar a safra brasileira do cereal.

Neste ano, o país deve consumir em torno de 10,6 milhões de toneladas de trigo, sendo 4,9 milhões de toneladas de cereal nacional da safra nova, segundo o presidente do Moinho Pacífico. O restante deve ser importado.

A equação pode mudar, diz Pih, se o câmbio persistir em patamares acima de R$ 1,80. "O dólar estava a R$ 1,55, agora supera R$ 1,80. Se o trigo importado ficar muito caro, teremos que usar mais trigo nacional". Ele não descarta o repasse desse custo maior com o câmbio para o preço da farinha de trigo. "Se o dólar ficar alto, teremos que repassar", diz o empresário.

De acordo com boletim do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), apesar da expressiva alta do dólar na última semana, os preços do trigo e derivados nacionais se mantiveram inalterados.

Segundo avaliação dos pesquisadores do Cepea, se a cotação do dólar seguir acima de R$ 1,80, há grande possibilidade de, no próximo leilão da Conab, 100% da oferta ser negociada, em todas as regiões. Isso porque este pode ser um dos últimos leilões de venda do governo nesta temporada e, consequentemente, uma das últimas possibilidades de se adquirir trigo ao preço mínimo de referência.


Veículo: Valor Econômico


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