Em ano fraco, Marabraz prepara Mappin

Leia em 2min 40s

O comando da rede de móveis Marabraz começou a desenhar o plano de reabertura da lojas Mappin em São Paulo. Algumas questões já estão decididas e outras em fase de análise, diz a empresa. O portfólio de produtos à venda e o quadro de executivos que devem comandar o negócio, por exemplo, estão no centro da discussão agora. Deve haver mudanças em relação ao antigo modelo da loja de departamentos.

A Marabraz é uma das maiores redes de móveis populares do país, comandada pela família Fares, e adquiriu o direito de uso da marca Mappin em leilão público realizado em dezembro de 2009. Desde então, não falou mais do negócio. A empresa pagou R$ 5 milhões pela marca, bem abaixo dos R$ 12,1 milhões avaliados na época.

"Posso dizer que queremos relançar a marca com glamour. Não podemos errar, estamos pensando em detalhe por detalhe", conta o diretor-geral da Marabraz, Nasser Fares, um dos cinco filhos do fundador da varejista, Abdul Fares.

Questionado sobre rumores que circulam o mercado a respeito da hipótese de a rede ter desistido do projeto, Fares disse que essa discussão não existe. "Nós não desistimos de nada. O projeto continua de pé", afirma. Quando adquiriu a marca, o comando da Marabraz comentou que poderia abrir novas lojas Mappin até o ano de 2013. Sobre esse prazo, Fares prefere não fazer comentários. "Temos 50 anos de mercado, temos história e por isso queremos fazer bem feito."

O Valor apurou com pessoas próximas à rede que está em aberto a possibilidade de o novo Mappin ter algumas lojas menores daquelas que tinha na década de 90, por conta da falta de terrenos grandes e bem localizados em São Paulo. O mix de produtos deve se adaptar ao espaço reduzindo. Eletrodomésticos e portáteis devem ser vendidos. A companhia não confirma essas informações.

O Mappin terá uma gestão independente da Marabraz. O que pode acontecer, por exemplo, em termos de sinergia entre as duas operações é o fornecimento de móveis da fábrica da rede Marabraz para o Mappin, conforme informações apuradas pelo Valor.

A discussão sobre a abertura de uma nova rede de varejo controlada pelos donos da Marabraz acontece num momento difícil para a cadeia. As vendas da Marabraz registram queda de 7% de janeiro a outubro, diz Nasser Fares.

A estimativa é que essa retração perca um pouco a força no fim do ano e a rede termine com queda de 4% a 5% nas vendas em 2011. "O ano está bem fraco. Acho que a alta da inadimplência e a contenção dos gastos afetaram alguns setores, como o nosso", diz Fares. "Nesse cenário, ao longo do ano optamos por fazer investimentos internos, em capacitação e em sistemas, e discutimos o projeto Mappin".

Para Eugenio Foganholo, diretor da consultoria Mixxer, com os ganhos de renda, as classes C e D deixaram de comprar em lojas populares e passaram a frequentar redes especializadas em móveis e a comprar itens mais caros, parcelando o pagamento. "Isso pode ter afetado a rede", diz Foganholo.

Com 120 lojas, a Marabraz abriu 5 pontos este ano e planeja abrir outros 5 até dezembro. Em 2012, o plano é inaugurar 12 lojas. Segundo estimativa do mercado, a rede teria faturado R$ 700 milhões em 2010. A empresa não informa números.


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Cultivo de alimentos hidropônicos cresce, mas ainda não é regulamentado

O cultivo de hidropônicos é responsável pela constância do abastecimento de hortaliças,...

Veja mais
PepsiCo encara sua pior crise de imagem no país

Operação brasileira da multinacional enfrenta três problemas em pouco mais de um mês e se esfo...

Veja mais
Farmácias ganham com conveniência

Mercado de não medicamentos ganha força, mostra pesquisa com lojistas O mercado de não-medicamento...

Veja mais
Após esmaltes, Bonyplus vai lançar maquiagem

A paranaense Bonyplus, dona da marca de tinturas Beauty Color, estreou no segmento de esmaltes em maio e este mês ...

Veja mais
Parcerias com varejistas e Samsung mudam setor

Uma combinação de parcerias com redes varejistas para vendas a prazo, custos de produção mai...

Veja mais
Loja de preço popular já movimenta R$ 9 bi

O Brasil conta hoje com cerca de 50 mil lojas especializadas no segmento popular de produtos a partir de R$ 1,99, segmen...

Veja mais
Unilever compra empresa russa por US$ 685 mi

A multinacional Unilever anunciou na última sexta-feira a aquisição de 82% do grupo russo de cosm&e...

Veja mais
Loja de produto popular deve girar mais de R$ 9 bi

Com o aumento da renda da população, as lojas de produtos populares cujos artigos custam a partir de R$ 1,...

Veja mais
No balcão da farmácia

O selo de segurança dos remédios, que deve ser raspado para conferir se o medicamento é original, &...

Veja mais