Uma combinação de parcerias com redes varejistas para vendas a prazo, custos de produção mais baixos e oferta de equipamentos mais sofisticados - substituindo os tradicionais computadores de mesa - permitiram a grandes fabricantes como Positivo Informática, Hewlett-Packard (HP), Dell e Samsung dominar o mercado brasileiro de PCs. Há cinco anos, as dez principais marcas respondiam por 27% das vendas do setor no país. Atualmente, eles dominam 63% do mercado, de acordo com a consultoria IT Data.
Alex Ivanov, gerente da unidade de negócios de TI da GfK Retail & Technology, considera que um dos fatores que mais favoreceu essa expansão foram as parcerias firmadas com o varejo, principalmente o setor de autosserviço (como hipermercados e lojas de departamentos). Essas redes vendem os equipamentos a preços mais baixos e com prazos de até 12 meses - uma estratégia difícil de ser imitada por lojas especializadas e pequenos varejistas.
Como resultado, as vendas por esses canais passaram a representar 30,6% do mercado de PCs, ante 24,8% no ano passado. "O que chamou mais a atenção no setor foram as parcerias com o varejo e a entrada de um grande competidor", afirma Ivanov.
O "grande competidor" foi a Samsung, que começou a competir no país em 2009 com notebooks. "Além dos computadores, 75% dos componentes são de fabricação própria, o que aumenta nossa competitividade" afirma Tony Firjam, diretor da divisão de TI da Samsung. Em julho deste ano, segundo dados da GfK, a empresa detinha 19,6% de participação de mercado e a meta é dobrar esse número em 2012, para 10 milhões de unidades, diz Firjam. O crescimento, afirma o executivo, deve-se em parte aos acordos com varejistas.
Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática, diz que a isenção de PIS e Cofins para computadores, a expansão da classe média e as vendas a prazo no varejo foram decisivas para a expansão dos grandes fabricantes. Ele afirma que cerca de 70% das vendas do varejo são feitas a prazo. "A aposta no varejo, em 2004, foi um divisor de águas para a empresa", diz.
Luiz Mascarenhas, diretor da área de consumo da HP, afirma que os acordos com supermercados ganharam importância em suas vendas de notebooks. "Existe uma preferência no Brasil pelas vendas a prazo e com cartão de crédito, tanto no autosserviço quanto em sites e nas lojas próprias", diz Fabiana Marcon, diretora de marketing da Dell no Brasil.
Veículo: Valor Econômico