O horário de verão que começou neste final de semana poderá dar fôlego ao comércio de rua na capital mineira, que lucra mais com o período em que as noites ficam mais curtas. Além da sensação de prolongamento dos dias, os lojistas consultados pela reportagem, afirmam que ao adiantar o relógio, os consumidores se sentem mais seguros para ir às compras nas chamadas "lojas de bairro".
Segundo a presidente da Associação dos Lojistas da Savassi (Alsa), Maria Auxiliadora de Souza, o novo horário poderá dar um alívio ao comércio da região, fortemente prejudicado pelas obras de revitalização da Praça Diogo de Vasconcelos, popularmente conhecida como Praça da Savassi. Desde abril, quando a reforma foi iniciada, as vendas do varejo local caíram, em média, 20%.
Porém, na opinião da presidente da Alsa, o incremento poderá ser mais sentido em dezembro, quando além do horário de verão, os lojistas costumam manter as portas abertas até mais tarde. Entretanto, ela garante que os dias maiores não serão suficientes para manter a contratação de temporários.
Embora não tenha apresentado números, Maria Auxiliadora de Souza diz que seguramente o número de funcionários extras contratados este ano pelo comércio da Savassi, será inferior ao de exercícios anteriores.
Em sua loja, a Detalhe, que comercializa semi-joias, a empresária não prevê a contratação de mão de obra extra para este Natal. No entanto, ela está otimista com a data e com o horário de verão que, embora incremente pouco o comércio, poderá ser um alento neste ano atípico. "Em 21 anos de comércio, o Natal sempre me ajudou a recuperar as vendas perdidas ao longo do ano. Por isso, estou otimista", afirma.
O administrador da Caetano Esportes, rede de lojas de material esportivo com três pontos de venda na Capital e um em Contagem na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Caésio de Souza, também aposta no Natal e na chegada do horário de verão.
Na opinião dele, o maior ganho que o adiantamento nos relógios dá aos lojistas é a sensação de segurança capaz de levar mais consumidores às ruas. Com maior disposição para o consumo, em média, o horário de verão representa um salto de 5% dos resultados da companhia.
Porém, para lucrar mais do que no ano anterior Souza terá de contar com um fator que foge ao controle de qualquer empresário: a recuperação dos times mineiros no Campeonato Brasileiro. O mau desempenho das equipes do Estado até agora, já interferiu nos resultados da empresa que depende de torcedores animados e, conseqüentemente, dispostos a gastar.
Para o Natal, Souza prevê, pelo menos, 10% de expansão das comercializações na comparação com mesmo período de 2010. Já os estoques, devem ser até 15% inferiores no atual exercício, considerando a mesma base comparativa. Isso também devido à situação do Atlético, América e Cruzeiro no Brasileirão. (RG)
Veículo: Diário do Comércio - MG