Natal ainda não anima os lojistas do hipercentro

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Ao longo do ano, região registrou quedas nas vendas.


Nem mesmo a aproximação do Natal está animando os lojistas do hipercentro da Capital, que ao longo do ano registraram sucessivas retrações nas vendas. Para o presidente da associação que reúne os comerciantes da região, Pedro Bacha, a queda dos resultados é conseqüência das facilidades de acesso ao crédito que direcionaram os consumidores, ao longo de 2011, para os segmentos de alto valor agregado.

E Bacha não está otimista mesmo com as atuais medidas macroeconômicas para frear o consumo. Se antes o vilão era o financiamento fácil, hoje são as dívidas acumuladas ao longo do ano e o cenário de crise externa que deixa o consumidor em alerta.

Embora tradicionalmente o Natal dê novo fôlego ao comércio, ele prefere não arriscar índices de crescimento ou arrefecimento em decorrência da data. Porém, os números contabilizados entre janeiro e setembro deixam o empresário em alerta.

Proprietário da Loja Marina, ponto de venda do ramo de vestuário, Bacha registrou ininterruptas baixas no atual exercício. Segundo ele, no mês passado, por exemplo, a queda verificada foi de 6% em comparação com igual período de 2010. "Desde 2005 o comércio do nosso setor não está melhorando", enfatiza.

Apesar disso, ele acredita que o Natal poderá sim reforçar o balanço de sua empresa e dos demais pontos de venda do hipercentro. Tradicionalmente, as comercializações efetivadas em dezembro correspondem a três meses de vendas para o varejo.


Expansão - Já o gerente da Livraria Ouvidor, localizada na rua São Paulo, William Gomes arrisca uma taxa de expansão para o Natal deste ano em comparação com o do último exercício: 5%. Apesar de tímido, o índice poderá aliviar o balanço do negócio que acumulou contínuos prejuízos em 2011.

Mesmo durante a volta às aulas, período em que ocorre o maior aquecimento do setor, a livraria registrou 30% de arrefecimento na comparação com o ano anterior. Para Gomes, as dificuldades são fruto das lojas virtuais e dos negócios informais, que ganham consumidores com preços mais competitivos em relação às filiais de rua. Devido ao mau momento, a unidade da companhia no hipercentro demitiu dois funcionários ao longo do ano.

O administrador da Caetano Esportes, loja de materiais esportivos com uma unidade no hipercentro, Caésio de Souza, concorda que os negócios no hipercentro andam em um ritmo mais lento do que nas demais regiões da Capital. Ele, que também mantém filiais nos bairros Barroca (Oeste), Alípio de Melo (Noroeste) e Eldorado (Contagem), diz que a movimentação no ponto de venda do hipercentro está aquém do esperado.

Porém, no caso da Caetano Esportes, o mau desempenho se deve mais a uma especificidade da loja instalada na região. Souza explica que no hipercentro, o foco da companhia é a comercialização de material direcionado às torcidas organizadas, produtos em baixa devido à má atuação dos times mineiros no campeonato brasileiro.

Entretanto, o empresário prevê um Natal pelo menos 10% melhor este ano do que em 2010. Mas, apesar do otimismo, ele está cauteloso com os estoques também pelo fato de as equipes do Estado não estarem animando suas torcidas. Conforme Souza, as encomendas da Caetano Esportes para o fim de ano, devem ser 10% inferiores às do último exercício.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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