Natal mantém otimismo dos atacadistas de MG

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Encomendas para o final de ano tradicionalmente aquecem o setor.


Apesar da expectativa do setor atacadista e distribuidor de Minas Gerais de crescer em 2011 somente 4%, metade da taxa registrada no ano passado, as empresas consultadas pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO estão mais otimistas. As companhias estimam um salto de pelo menos 10% considerando a mesma base comparativa. Os resultados devem ser alavancados, especialmente pela demanda do Natal, que tradicionalmente aquece os negócios do ramo.

Na Embol, que atua nos segmentos de embalagens e food service, o objetivo é contabilizar neste exercício um salto no faturamento entre 10% e 15%. O supervisor de vendas, Fabrício Linhares, diz que o índice deve ser alcançado em decorrência da economia interna que, apesar de já apresentar desaceleração, ainda mantém níveis favoráveis.

No terceiro trimestre deste ano, a Embol registrou uma alta nas comercializações de 5% na comparação com o período anterior. Embora o ritmo de expansão esteja mais lento do que o previsto pela empresa, Linhares acredita que os negócios tomarão maior fôlego à medida que se aproximar o Natal. Por enquanto, segundo ele, considerando as encomendas de fim de ano, somente as entregas de panetones estão adiantadas.

A Embol atende hoje ao mercado mineiro por meio de sua filial em Belo Horizonte. Já a unidade do Espírito Santo mantém clientes também no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.

Para o ano que vem, mais do que colocar os pés em outras regiões, a distribuidora pretende ampliar seu mix de produtos, estratégia que surtiu resultados em 2011. Porém, enquanto neste ano a firma optou por apenas ampliar as linhas que já atende, em 2012, o objetivo é alcançar outros segmentos.

Novos mercados - Já a distribuidora de bebidas e alimentos finos Casa Montez espera no próximo exercício alçar voos para novos segmentos e também mercados. De acordo com o gestor comercial, Fernando Avelar, a companhia deseja ganhar mais terreno no interior do Estado, especialmente no Sul de Minas, onde há grande demanda por vinhos. Atualmente, além de Belo Horizonte, a firma atende a estabelecimentos localizados na Zona da Mata e na região Centro-Oeste.

Em relação a parcerias com outros setores, o executivo explicou o interesse de estreitar suas relações com o ramo supermercadista. Isso porque as redes de supermercados se aproximam cada vez mais do conceito gourmet e a Casa Montez comercializa mais de 1 mil rótulos de vinhos, diversidade interessante para o varejo. Por enquanto, o foco da distribuidora são restaurantes e hotéis.

Avelar reitera a grande margem de crescimento do mercado de vinhos. Conforme ele, neste ano a empresa prevê 30% de crescimento e, somente nas vendas para o fim do ano, o salto poderá chegar a 40% em relação ao mesmo período de 2010, graças ao bom desempenho das vendas de bebidas.

Nem mesmo a recente desvalorização do dólar em relação ao real freou o consumo dos rótulos importados. No caso da distribuidora, o movimento observado foi, inclusive, o contrário. "Como não trabalhamos com a cotação do dólar do dia, conseguimos segurar os preços e até aproveitar este momento em que muitos dos nossos concorrentes estão mexendo nos valores", salienta.

Apesar disso, nem tudo é motivo para comemoração na Casa Montez. Ao contrário dos vinhos, os resultados obtidos com a comercialização de alimentos finos andam a passos lentos. Além da concorrência mais acirrada no setor alimentício, a empresa precisa contornar a expressiva alta de preços de itens como castanhas e nozes, que são adquiridos do Chile.


Desabastecimento - A Port, distribuidora de materiais de informática, escritório e papelaria também enfrenta problemas com algumas linhas de mercadorias importadas. Nesse caso, o gargalo não é o preço, mas sim a falta de produtos disponíveis no mercado.

O coordenador de Marketing da Port, Geraldo Melo, explicou que gigantes do setor, como as multinacionais Bic e Pilot, não estão conseguindo atender à demanda do Brasil e alguns itens estão em falta no país. De acordo com ele, a carência desses produtos já se reflete no faturamento da Port, que começou a sentir sinais de desaceleração em julho.

Entretanto, ele acredita que o gargalo possa ser resolvido no ano que vem quando, depois de oito anos distante do Brasil, a indústria norte-americana Paper Mate voltará a atuar em território nacional. "Isso vai estremecer um pouco o mercado e nos ajudará a atender a demanda", afirma. Na visão de Melo, o segmento tem potencial para registrar sucessivas expansões até, pelo menos, 2014.

Somente no fim do ano, a estimativa da Port é aumentar entre 20% e 25% o volume comercializado das linhas de material escolar, em relação a igual período de 2010. Já o segmento de informativa deve ter incremento de 15% levando em conta a mesma base de comparação. Para o acumulado do ano, a companhia espera uma alta de 20% em relação ao exercício anterior.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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