A Cooperativa de Consumo endossou ontem a lista de empresas que receberam incentivos da Prefeitura de São Bernardo para continuar expandindo os negócios na cidade. A varejista terá de R$ 1,5 milhão em incentivos, que serão diluídos no pagamento do IPTU ao longo dos próximos quatro anos.
Criada em 2006, a Lei de Benefício Fiscal prevê a redução de impostos municipais em contrapartida a investimentos realizados para ampliação, modernização ou instalação de empresas. Para isso, as beneficiadas devem comprovar o aumento do valor adicionado (receita das vendas deduzida dos custos de insumos).
Segundo a Secretaria de Finanças, 20 empresas fazem parte do grupo de contempladas. O critério para a concessão dos benefícios fiscais é o tamanho do retorno do investimento para a cidade. Logo, quanto maior esse número, mais gordo será o desconto em impostos.
No caso da Coop, o montante de R$ 7,5 milhões aportados na filial Viana, localizada no bairro Baeta Neves, significou o retorno de 20% ou R$ 1,5 milhão. Na unidade estão empregados 169 funcionários. "Fomos surpreendidos com o valor do benefício. Esperávamos que somasse no máximo R$ 300 mil", disse o presidente, Antonio José Monte. Ele afirmou que o retorno para os consumidores será em forma de ofertas ou modernização das lojas.
O secretário djunto de Finanças, Carlos Militi, explicou que conforme o investimento da companhia, o benefício fiscal pode chegar a 100% do valor. O prefeito Luiz Marinho, que assinou o termo de concessões fiscais à rede em seu gabinete, ressaltou que a iniciativa amplia a responsabilidade das empresas de investir em São Bernardo.
HISTÓRICO
Neste ano, a empresa Inox-Tech Comércio de aços inoxidáveis ganhou incentivo de R$ 573 mil da administração municipal por ter investido R$ 2,8 milhões no período de 2006 a 2008 para a ampliação e aquisição de máquinas para sua unidade no bairro Independência.
A Elevadores Otis, que investe cerca de US$ 30 milhões em nova fábrica, deverá contabilizar benefício médio de R$ 1 milhão, principalmente com o abatimento do IPTU por dez anos.
Rede encontra dificuldade para expandir
A falta de terrenos continua sendo o principal entrave para a Coop fazer sua expansão orgânica. Desde o ano passado o presidente Antonio José Monte sente a frustração de não seguir o planejamento da varejista.
O executivo contou que se assusta com os valores dos terrenos apresentados pelas duas empresas de geomarketing e investimentos imobiliários que contratou. "Os preços estão os olhos da cara. Não vale investir R$ 8 milhões em uma unidade cuja rentabilidade não será suficiente para pagar os custos." A Coop quer contratar mais uma empresa do ramo para ampliar suas possibilidades.
No ano passado, das cinco inaugurações programadas, apenas duas aconteceram. Neste ano a maior supermercadista do Grande ABC apenas entregará neste mês a ampliação da filial no bairro Palmares, em Santo André.
Monte afirmou que o problema atinge também seus concorrentes como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart. "O Pão de Açúcar, por exemplo, investe na modernização de lojas para aumentar o faturamento, visto que os terrenos para novos pontos estão muito caros."
O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida somado às obras de hotéis entre outros complexos para os eventos da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada elevaram o custo do metro quadrado dos grandes terrenos, também utilizados pelos supermercados, principalmente nas cidades das regiões metropolitanas.
Veículo: Diário do Grande ABC