Os dados divulgados pelos importadores de máquinas e equipamentos e os fabricantes nacionais não batem. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) prevê que o crescimento das importações, em 2011, deve ser maior que o anunciado pela Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), cerca de 10%. "Os nossos números não batem com o deles. O crescimento da importação deve ser acima da produção nacional, em torno de 19%", afirmou em entrevista ao DCI o assessor-econômico da presidência da Abimaq, Mário Bernardini.
De acordo com o economista, mesmo com a desaceleração das importações registrada no mês de outubro, a cadeia nacional não deve esperar resultados brilhantes. "Os pedidos novos estão minguando", acredita Bernardini.
O economista da Abimaq explica que a carteira média de pedidos - que compreende ao período entre a encomenda e a entrega - gira em torno de 20 semanas. Atualmente, afirma Bernardini, esse índice tem diminuído consistentemente. "Registramos uma queda considerável da carteira de pedidos no segundo semestre", afirma.
Ele também destaca que, sazonalmente, a segunda metade do ano é sempre mais aquecida que os seis primeiros meses do ano, o que não aconteceu em 2011. "Se a situação continuar assim, é possível que haja problemas de oferta a médio prazo", diz o economista.
Futuro incerto
A Abimaq projeta um crescimento de 12% para o ano de 2011, índice que ele considera bom. "Porém, no ano que vem, o ritmo da produção deve desacelerar", diz Bernardini. Ele relembra ainda que o Plano Brasil Maior, instituído pelo governo em agosto deste ano, ainda não surtiu o efeito proposto.
Bernardini destaca que a demanda do mercado é fundamental para impulsionar a produção nacional e também a vinda de importados ao País. No entanto, devido à oscilação cambial e aos efeitos da crise internacional, o setor de bens de capital tem se comportado aquém do esperado.
Veículo: DCI