Além de aproveitar o boom de crescimento de consumo no Nordeste para expandir suas operações e aumentar sua lucratividade, a decisão da Brinquedos Estrela, uma das marcas mais tradicionais do país, de abrir uma nova fábrica no povoado Serra do Machado, no município sergipano de Ribeirópolis, em setembro passado, também se enquadra numa perspectiva social.
É o que afirma Calos Tilkian, presidente da empresa. "Como toda empresa, buscamos o lucro, mas também dedicamos um espaço grande para trabalhos sociais. Fomos estimulados pelo empresário João Carlos Paes Mendonça a abrir uma fábrica numa região carente, para proporcionar mais de 250 empregos diretos e ajudar a promover o desenvolvimento sócio-econômico", explica Tilkian.
A empresa recebeu incentivos fiscais do governo (a redução do ICMS chega a 94%) e recebeu terreno para instalação da fábrica, por conta do Grupo Paes Mendonça, que realiza um trabalho social na região através da Fundação Pedro Paes Mendonça, com ações voltadas para educação e assistência à saúde. Mas a empresa conta ainda com outro grande incentivo: a localização estratégica do município sergipano entre dois principais mercados do Nordeste, Bahia e Pernambuco.
"Isso nos dá condições de ser um centro distribuidor de produtos e facilidades para atender um mercado consumidor de brinquedos em expansão", afirma. Enquanto o mercado no Sul e Sudeste, no último ano, teve alta de 6%, na região nordestina esse acréscimo do público consumidor foi de 10%.
Além da fábrica de Sergipe, a Estrela trabalha hoje com fábricas em Itapira (SP) e Três Pontas (MG), devendo atingir este ano um faturamento de R$ 170 milhões. Ao longo de seus 70 anos de atuação no Brasil, a empresa já produziu mais de 25 mil brinquedos diferentes, num total de mais de 1,2 bilhão de unidades distribuídas em todo o país.
A fábrica de Serra do Machado recebeu investimentos de R$ 11,1 milhões, boa parte proveniente de financiamentos do Banco do Nordeste, e tem capacidade para produzir diariamente mais de 3,5 mil brinquedos para abastecer todo o mercado nordestino. A previsão inicial é de um faturamento anual na ordem de R$ 10 milhões, mas, segundo Tilkian, a expectativa é de que essa receita dobre até 2014.
Veículo: Valor Econômico