Demanda aquecida para máquinas e embalagens no setor de food service

Leia em 4min

As indústrias que atendem ao mercado gastronômico ainda não parecem sentir os efeitos da crise econômica internacional e, acreditam, que só devem surgir se a situação se estender já que a alimentação é sempre um dos últimos segmentos a ser atingidos. A argentina Braspack, por exemplo, com fábrica em Suape e única no Nordeste a fabricar filme de PVC, não só aposta que a demanda interna continuará aquecida, como mantém de vento em popa seu projeto de ampliação que vai custar R$ 17 milhões, em duas etapas.

 

Na primeira, serão investidos R$ 10 milhões para elevar a produção de filmes de PVC das atuais 450 toneladas por mês, para 600 toneladas mensais no segundo semestre de 2009. Na segunda, mais R$ 7 milhões elevarão o volume para 900 toneladas por mês, dependendo da demanda externa. Metade da produção é exportada, a partir do Porto de Suape, para 28 países. Com a aprovação do laboratório inglês PIRA, apontado como um dos mais conceituado no mundo na homologação de produtos que terão contatos com alimentos, o filme de PVC da Braspack, batizado de filme Europa, pode entrar na União Européia, o que justifica a ampliação e a projeção de alta dos percentuais de exportação para 60%, na primeira fase, e para 70%, na segunda.

 

"Estamos mantendo todos os investimentos em produtos e na expansão. A crise é de crédito e não afeta o crescimento no Nordeste", disse o diretor industrial da Braspack Embalagens do Nordeste, Jorge Fernandez.

 

Na Dixie Toga a expectativa de aumento das vendas em 2008 também permanece. Alguma alteração, segundo o supervisor de Marketing da Divisão de Rígidos, Régis Sá, só no ano que vem. "Ainda não tivemos nenhum reflexo. Nossos produtos, embalagens para alimentos, são dos últimos a ser afetados", afirma, reforçando o interesse da empresa no desenvolvimento do mercado nordestino que hoje, junto com o do Norte, absorve cerca de 25% da produção de rígidos da empresa. São no total oito fábricas no País.

 

É atrás desse mercado que a L. Tedesco, fabricante de fornos e ilhas de cocção, no Rio Grande do Sul, estreou este ano na Fispal Nordeste. "A gastronomia está em uma crescente tão grande que se tiver qualquer crise a gente consegue abranger e ir crescendo, mesmo devagarinho", disse o gerente de vendas da empresa, Daniel Citton. A concorrente paulista Titã, que produz 5 mil unidades de fornos e expositores elétricos por mês, também está otimista. Em seu quarto ano de feira, o gerente comercial Edinael Magalhães, espera aumento de 10% nas vendas sobre 2007. "Essa nuvem negativa em cima da gente é mais efeito da mídia, tá gerando insegurança mas outubro foi dentro da realidade dos outros meses, não tivemos baixas", afirma Magalhães, também disposto a manter-se firme no Nordeste que, para ele, é o que mais tem crescido nos últimos cinco anos.

 

Marinheiro de primeira viagem, o diretor comercial da fábrica de balanças Urano, também do Rio Grande do Sul, José Lúcio Rodrigues, tem o mesmo raciocínio e considera a crise uma boataria, mesmo tendo elevado em 8% sua tabela de preços, decorrência do repasse do aumento do dólar e do conseqüente encarecimento dos componentes eletrônicos das balanças, que são importados. Mesmo assim, diz que manteve a média de 4 mil balanças auferidas junto ao Immetro, por mês.

 

Na contramão desse otimismo, o diretor comercial da metalúrgica catarinense Metvisa, Márcio de Oliveira, revela que sofreu redução de pedidos e cancelamentos de seus revendedores no último mês. Com um portfólio de equipamentos para cozinha de restaurantes com produtos que variam de R$ 200 a R$ 2,5 mil, Oliveira vê os clientes assustados com a crise e não acredita que, este ano, vá repetir o faturamento de R$ 680 mil da Fispal de 2007, mas prevê o cumprimento das metas de 2008. O diretor revela, que mesmo com crise e clientes cautelosos, a construção da nova fábrica, que passará a ter 7,5 mil metros quadrados, em Brusque (SC), e representa um investimento de R$ 4,5 milhões, foi mantida. Com 80% do projeto concluído, a inauguração será em março de 2009.

 

As empresas participam da Fispal Tecnologia e Fispal Food Service, edição Nordeste. A expectativa é de que o evento, que termina hoje, movimente negócios da ordem de R$ 800 milhões nos próximos 12 meses, cerca de 5% a mais que em 2007, segundo informou o superintendente da organizadora do evento, a Brazil Trade Show, Marco Antonio Mastrandonakis, .

 

Veículo: Gazeta Mercantil


Veja também

MODA - Ipanema chique

Oskar Metsavaht é o criador do conceito da nova flip-flop Ipanema que a Grendene lança em dezembro, com pa...

Veja mais
Eletrônicos sofisticados perdem preferência

Qual é o eletrônico menos procurado nesta temporada de festas? Bem, os televisores de tela larga e os celul...

Veja mais
Brasil desperta interesse de fabricantes de locomotivas

A indústria ferroviária nacional ficou mais forte este ano. Depois de mais de uma década de ostraci...

Veja mais
Segunda estimativa reconhece colheita menor de grãos no País

Agora está confirmado pelo próprio governo: a produção brasileira de grãos vai cair n...

Veja mais
Em defesa da utilização de sacos plásticos

 O debate em torno do uso de sacos plásticos pelo varejo não parece ter considerado o fato de que tai...

Veja mais
Algodão em baixa

Entre 28 de outubro e 4 de novembro, o Indicador Cepea/Esalq - oito dias para pagamento - do algodão teve queda d...

Veja mais
Socorro para o leite

A Frente Parlamentar da Agropecuária defendeu o equilíbrio entre governo, mercado e produtores de leite pa...

Veja mais
Produção integrada

Soja, leite, amendoim, arroz irrigado, café e batata são os novos produtos que serão contemplados c...

Veja mais
Cafeicultor retém grão para subir a cotação

A cafeicultura mineira espera que o preço do grão possa manter uma certa estabilidade no mercado de agora ...

Veja mais