A indústria ferroviária nacional ficou mais forte este ano. Depois de mais de uma década de ostracismo, as fabricantes de locomotivas vêem no Brasil oportunidade para ganhar mercado na América Latina. De maio até agora, três empresas anunciaram máquinas para o mecardo brasileiro para manobras e também para o transporte de cargas.
A novata EIF Engenharia, desenvolveu uma máquina para manobras e movimentação de cargas. O projeto atende faixa de 600 a 1000 hp de potência para ferrovias de carga, passageiro e operações de manobra. A máquina é fabricada na unidade da empresa em Paulínia (SP). O projeto demandou investimentos de R$ 1,5 milhão somente no desenvolvimento da locomotiva.
O diretor da empresa, Carlos Braconi, disse que a primeira máquina será entregue na próxima semana à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que encomendou três equipamentos.
"As locomotivas serão utilizadas para manobra dentro da fábrica da CSN em Volta Redonda. É uma máquina que pode tracionar também nas ferrovias do País. Ela tem capacidade para transportar até 40 vagões", disse o executivo.
Nacionalização elevada
Para esta máquina, o índice de nacionalização é de 82%, o que possibilita o financiamento via Finame do BNDES.
Outra fabricante que lançou um nova locomotiva para o mercado interno foi a Amsted Maxion, maior produtor de vagões do País. A máquina da empresa foi projetada para uma potência que varia de 700 HP a 3 mil HP, essa ideal para a movimentação das operadoras brasileiras. A máquina, ainda não entrou na linha de produção, mas espera-se que tenha grande demanda já a partir de 2009 no mercado nacional.
A General Eletric Transporta- tion (GE), que já produzia na fábrica de Contagem (MG) locomotivas para exportação, apresentou em maio sua aposta para o mercado doméstico. A locomotiva lançada em maio com "pompa e circutância" na unidade mineira terá a locomotiva modelo C 44EMi, com potência de 6 mil HP. A GE já fabrica, nessa unidade, desde a década de 70, locomotivas de até 3 mil HP, usadas para fazer manobras.
A empresa norte-americana prevê investimento de US$ 100 milhões anuais, com foco na ampliação da produção de locomotivas. A cada locomotiva adicionada à capacidade de fábrica, pelo menos 12 novos empregos serão criados.
Veículo: Gazeta Mercantil