Com a redução do crédito, a alta dos juros e uma preocupação maior na queda de vendas, ou inadimplência dos consumidores, estratégias como redução de custos ganham peso no varejo, principalmente em áreas como eficiência energética para evitar o desperdício, somadas a uma operação mais comprometida com o meio ambiente. Companhias como o Grupo Pão de Açúcar, Wal-Mart, Iguatemi Empresa de Shopping Centers e Shopping Frei Caneca são algumas das que garantem ter alcançado bons resultados ao investir em economia de energia e água, com redução de até 60% no consumo.
A bandeira Pão de Açúcar já colhe os resultados dos primeiros quatro meses de operação de sua primeira loja 'verde', instalada em Indaiatuba (SP), sob o conceito 'supermercado verde'. Apesar de o custo inicial da loja ser maior, nesse período, a varejista contabilizou economia de 9,5% com o consumo de energia proveniente de fonte alternativa, conhecida como pequena central hidroelétrica (PCH) e usina de biomassa.
José Roberto Tambasco, vice-presidente do Comercial e de Operações da holding, destaca que 100% da energia utilizada na loja é proveniente de fontes renováveis, o que representa uma redução de CO2 de 34 mil toneladas ao ano, o equivalente a mais de 190 mil árvores reflorestadas. "Nesta loja oferecemos uma proposta coerente e sustentável que permite trocar experiências acerca das causas socioambientais com nosso público", disse o executivo. A unidade já recebeu mais de 60 mil clientes.
de 34 mil toneladas ao ano, o equivalente a mais de 190 mil árvores reflorestadas. "Nesta loja oferecemos uma proposta coerente e sustentável que permite trocar experiências acerca das causas socioambientais com nosso público", disse o executivo. A unidade já recebeu mais de 60 mil clientes.
A compra de energia no mercado livre passou a ser alternativa importante para a redução de custos. Este tipo de energia, que é renovável, já representa 20% do volume de energia total do Grupo Pão de Açúcar. Além disso, a rede destinou R$ 15 milhões no ano passado para a troca e revitalização de sistemas de refrigeração e troca das casas de máquinas que apresentam consumo acima da média, em 107 lojas. Também é realizada manutenção preventiva e periódica nos sistemas de refrigeração das lojas por equipes de funcionários próprios e terceiros.
A supermercadista Wal-Mart é outra que também passou a investir na construção de lojas com conceitos de sustentabilidade, cuja infra-estrutura prioriza a diminuição do consumo de energia com um teto rebaixado e uma parede com vidro reflexivo que reduz o consumo de ar condicionado e aproveita melhor a luz solar, respectivamente. O Supercenter Granja Viana, na Grande São Paulo, inaugurado em novembro de 2007, contempla 23 iniciativas, entre elas, a instalação de lâmpadas T5, que consomem cerca de 20% menos energia e refrigeradores com lâmpadas LED, que acendem ao abrir a porta.
Na varejista americana ainda há um projeto piloto que testa postes com funcionamento a luz solar, no estacionamento da sede. Entre as metas globais de sustentabilidade do Wal-Mart, está a adoção de suprimentos de energia 100% renovável. Assim, a meta é que 25% das lojas sejam mais eficientes até 2012; a frota, 25% mais eficiente em três anos e 50% até 2015; e redução das emissões de CO2 em 20% até 2012.
em 20% até 2012.
Shopping
No setor de shopping centers, a preocupação em reduzir gastos permanentes é cada vez maior e já é item primordial para uma boa operação, pois baixa o valor do condomínio e atrai mais lojistas. O Shopping Frei Caneca, em São Paulo, por exemplo, economizou pelo menos 20% em água ao adotar novo sistema de abastecimento. Foi contratada a General Water, empresa especializada em captação de água por fontes subterrâneas para empreendimentos comerciais, e, agora, o complexo não depende somente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
"Hoje 60% da água que utilizamos vem do poço, e o restante, da Sabesp, isso traz uma economia nos nossos gastos", conta Alberto Duarte, gerente operacional do Frei Caneca. O centro de compras possui regulador de vazão de água em todas as torneiras e usa um sistema a vácuo nas válvulas de descarga, apontado como um dos locais onde mais se gasta água nos shoppings. Com o sistema, gasta-se apenas um litro de água ao acionar a válvula, enquanto as tradicionais chegam a usar de seis a dez litros.
A iluminação do shopping é feita com lâmpadas fluorescentes e o sistema de ar condicionado é moderno, consumindo menos energia. Por conta da demanda no varejo, Ricardo Ferraz, diretor comercial da General Water, estima obter um faturamento 20% maior este ano. A empresa atende 80 clientes, entre eles Iguatemi, Tamboré, Continental e ABC Plaza. Neste último, a economia mensal de água chega a 50%.
Enquanto isso, o Iguatemi projeta em Alphaville (SP) um centro que terá potencial para economizar até 40% do consumo de água e baixar o consumo de energia graças à iluminação natural.
Veículo: DCI
