Chuva afeta negócios das transportadoras em MG

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Custos elevados com tráfego intenso nos centros urbanos e rodovias danificadas.

 

A temporada de chuvas deste final de ano, que causa inundações e estragos na Capital e interior mineiro, deixando cidades em estado de emergência, está gerando prejuízos também para as transportadoras de carga. Conforme representantes de empresas do setor, as perdas vão desde as cargas, diárias extras de pessoal, reparos da frota e até atrasos nas entregas dos produtos.

 

É o que confirmou ontem o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Vander Francisco Costa, ao constatar que, embora a demanda de serviço tenha aumentado em média 10% na primeira quinzena deste mês, há o atraso "normal" devido ao trânsito congestionado e mais lento.

 

"De uma forma ou de outra a chuva afeta quem trabalha com transportadora, seja pelo tráfego intenso nos centros urbanos ou pelas rodovias danificadas, que nesta época ficam mais perigosas, obriga o motorista a reduzir a velocidade e redobrar os cuidados nas estradas", disse. Os atrasos podem variar de uma a duas horas. "Mas a entrega sempre é concluída", ressalta.

 

A expectativa da Fetcemg é que, apesar das previsões de chuva, o setor se mantenha aquecido até o final da semana. " quando ainda ocorre o reabastecimento e entregas de encomendas natalinas. A partir da segunda quinzena do mês a tendência é reduzir a demanda, com retomada, de fato, a partir do final de janeiro. Para o setor, a tendência é de um período chuvoso e de pouco serviço", disse Costa, que estima redução de até 30%, frente a um mês normal. " um período morto, em que muitas empresas entram em recesso. Só não para os serviços essenciais, como abastecimento de combustíveis e alimentos", completou o presidente da Fetcemg.

 

Custos - A gestora da Transportadora Uniflam Ltda (Unicarga), com sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Monique Alves, lamentou os custos extras que as chuvas já estão causando para a empresa, que atua no segmento de cargas fracionadas, atendendo aos setores de indústria e comércio. O principal são os custos operacionais, que nesta época aumentam em média 12% e inclui desde as diárias extras à manutenção da frota.

 

Além desses custos, ela aponta ainda o consumo de combustível dos veículos já que os motoristas têm que dirigir em velocidade reduzida, com marchas fortes, para evitar acidentes. "Com as encomendas aquecidas nesta época, devido ao Natal, a gente não consegue vencer todo congestionamento e há atrasos. O que podemos fazer é colocar alguns veículos da reserva para atender as emergências", disse Monique.

 

A gestora ainda lamenta a concorrência dos transportadores autônomos, que é muito acirrada. "Teremos que absorver o ônus provocado pela chuva sem repasse para continuarmos competitivos no mercado, além de disputar mercado com autônomos que prestam o mesmo tipo de serviço, mas que não recai sobre eles a mesma carga tributária que incide sobre a nossa empresa", afirmou Monique.

 

A Unicarga possui uma frota de aproximadamente 300 caminhões, entre veículos próprios e terceirizados. Além da matriz da RMBH e de unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, a empresa opera na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Atualmente, a transportadora conta com cerca de 500 funcionários.

 

Segundo o presidente da Empresa de Transporte Martins Ltda, Ulisses Martins Cruz, a lentidão do trânsito provocado pelas chuvas chega a representar em média uma perda de até 40% do tempo das entregas nas regiões metropolitanas. "Prevendo essa situação natural e mais difícil para a época, as transportadoras têm que se adequar para o período em que os caminhões ficam retidos muito tempo no meio do caminho", disse.

 

Já a JFW Transportadora, com sede em Machado, no Sul de Minas, os negócios ainda não foram afetados pelas chuvas. Mas o gerente de Marketing Fábio Olímpio já prevê dias difíceis pela frente. "Mais cedo ou mais tarde o setor é atingido. Um dos problemas é quando há quedas de barreira, que obriga a mudança das rotas. Além do atraso na entrega, há custo com combustíveis e o desgaste natural do veículo. A gente já calcula um gasto a mais de, em média, meio por cento do faturamento do mês", explica Olímpio.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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