JBS estima cortar US$ 500 milhões em custos em 2012

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Depois de se reestruturar internamente, a JBS agora quer cortar custos em escala global. Uma das líderes no mercado mundial de carnes, a companhia brasileira pretende economizar até US$ 500 milhões anuais, a partir de 2012, com uma maior sinergia entre suas unidades ao redor do mundo.

 

O valor já inclui os R$ 200 milhões (cerca de US$ 110 milhões) que a empresa espera poupar no Brasil após as mudanças operacionais realizadas neste ano.

 

De acordo com o presidente da JBS, Wesley Batista, a empresa pode reduzir gastos substanciais nas áreas de logística e aquisição de insumos. "Em 2011, fizemos o que tinha de ser feito no Brasil. Estamos com uma estrutura correta e agora temos a oportunidade de nos integrarmos globalmente", afirmou o executivo durante encontro com jornalistas em São Paulo, ontem.

 

Neste ano, a empresa anunciou o fechamento de três fábricas - em Presidente Epitácio (SP), Teófilo Otoni (MG) e Maringá (PR) - e a suspensão da desossa em mais duas unidades - Água Boa e Alta Floresta, ambas em Mato Grosso, e Pimenta Bueno (RO). As mudanças resultaram no corte de 1,5 mil empregos. Segundo Batista, a JBS não pretende fechar nenhuma planta no exterior, e as demissões deverão se restringir a cargos de maior escalão em que houver sobreposição de funções.

 

Batista afirmou que a JBS deve fechar o ano de 2011 com faturamento global de R$ 60 bilhões, ante R$ 54,7 bilhões em 2010. Para 2012, o executivo estima um crescimento da ordem de dois dígitos. Segundo ele, o Brasil vai continuar crescendo, "impulsionado pelo corte nas taxas de juros e pelo aumento real dos salários". O executivo também se disse "mais otimista que o próprio mercado" em relação aos Estados Unidos", tanto no mercado carne bovina quanto no de aves, - a Pilgrim´s, de aves, foi a principal responsável pelo prejuízo de R$ 67,5 milhões registrados no último trimestre.

 

Segundo ele, as oscilações de desempenho da economia americana têm pouco efeito sobre o consumo de carnes. "O problema com as aves nos EUA foi que a indústria produziu demais, mas o setor já fez os seus ajustes e os preços devem se recuperar daqui para frente", afirmou. Batista também espera uma redução nos custos de produção, com a recente queda nos preços do milho e da soja em Chicago.

 

O presidente da JBS também disse que os preços do boi gordo devem se manter relativamente estáveis no Brasil. "Possivelmente haja alguma pressão de baixa, devido a um maior abate de matrizes, mas não vejo grande mudança a caminho". Nos EUA, porém, os preços devem sofrer alguma pressão de alta, causados justamente por uma maior retenção de matrizes por parte dos criadores.

 

Batista explicou ainda que o aumento de capital da Pilgrim´s, anunciado recentemente, não vai culminar em uma nova oferta de ações ao mercado. "Chamamos os acionistas para aumentarem seu capital e nos comprometemos a comprar as ações a que temos direito e a parte de quem não quiser." Todo o dinheiro da operação, acrescentou, virá da JBS USA, que detém 67% da Pilgrim's. Segundo ele, a subsidiária americana, que não tem ações em bolsa, possui uma disponibilidade de caixa de US$ 800 milhões.

 

Empresa pretende triplicar sua receita com lácteos
 


A JBS pretende mais que triplicar sua receita com a venda de produtos lácteos nos próximos anos. A empresa, dona da marca Vigor, deve faturar R$ 1,5 bilhão com o segmento neste ano. "Nossa meta é chegar a R$ 5 bilhões por volta de 2015", afirmou Gilberto Xandó, executivo responsável pela unidade, em encontro com jornalistas realizado ontem, em São Paulo.

 

O executivo disse que as vendas de leites, iogurtes e queijos da companhia crescem a uma taxa de 20% ao ano, "enquanto o mercado avança pouco mais de 9%". Segundo ele, os investimentos de pouco mais de R$ 30 milhões realizados nos últimos 18 meses "asseguram o crescimento orgânico para 2012 e 2013". A empresa não descarta, porém, investir em uma nova fábrica ou fazer aquisições para sustentar a expansão nos anos seguintes.

 

Ao todo, a Vigor tem sete plantas de processamento em todo o país e uma participação de 6,9% no mercado brasileiro, o que a coloca entre as quatro maiores do segmento. No entanto, as vendas são bastante concentradas em São Paulo, onde a empresa abocanha mais de 19% das vendas totais e ocupa a segunda posição no ranking.

 

O objetivo é explorar as oportunidades de crescimento fora do mercado paulista, em regiões como o Nordeste. O executivo revelou que a Vigor espera lançar 30 novos produtos nos próximos 24 meses. "Sentimos que a empresa ainda inova pouco, e precisamos acelerar esse processo", afirma. No entanto, a empresa deve manter as cinco marcas que possui - Leco, Danúbio, Faixa Azul e Serra Bela, além da própria Vigor.

 

Veículo: Valor Econômico


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