Algumas redes mineiras foram surpreendidas pela demanda de Natal da linha branca.


Nas ruas e nos shoppings, o varejo encerrou 2011 menos otimista com o futuro. O ânimo que marcou os últimos tempos impulsionado pela demanda dos consumidores emergentes foi substituído por um temor da crise econômica que já se reflete em uma desaceleração do comércio. Mesmo o segmento de eletrodomésticos da linha branca, beneficiado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), demonstrou menos vigor do que o esperado para o fim do ano.

Um levantamento feito pela Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop) mostrou que no Natal de 2011, as vendas da linha de branca e dos eletroeletrônicos nos malls cresceram 5% sobre as de 2010. A entidade atribuiu o salto moderado ao fato de os consumidores terem optado por direcionar sua atenção para produtos de menor valor agregado.

Porém, apesar dos dados oficiais, as redes consultadas pela reportagem foram surpreendidas pela demanda de Natal da linha branca em reflexo das medidas protecionistas adotadas pelo Planalto em dezembro.

Na Eletrozema, sediada em Araxá, no Alto Paranaíba, as comercializações de fogões, geladeiras, refrigeradores, entre outros produtos atingidos pela queda do IPI, foram 18% maiores em dezembro do que em idêntico mês de 2010. Segundo o diretor-geral Romeu Zema, o salto na procura desses itens foi maior do que o esperado e combinou com a demanda por televisões de LED e LCD, brinquedos e celulares.

Zema diz que a estimativa é que o bom momento da linha branca se estenda até março, quando acabam os benefícios com o IPI. "Por isso, a Eletrozema irá ampliar suas encomendas às indústrias de eletrodomésticos em até 20%. Por enquanto, o empresário afirma não ter tido nenhuma dificuldade para manter os estoques que estão em níveis satisfatórios.


Demanda - E, embora o aumento da demanda por produtos do setor esteja fortemente ligada ao barateamento do imposto, Zema está confiante com 2012, ano em que prevê faturar 16% a mais do que no último exercício. O saldo positivo deve ser alcançado, inclusive, mediante da abertura de novos pontos de venda.

Atualmente com 324 lojas, a Eletrozema estima atingir no fim do ano a marca de 50 novas unidades inauguradas, número semelhante ao de 2011, quando 52 filiais foram abertas. Entre as inaugurações, 40 devem ocorrer em Minas Gerais e as outras serão divididas entre São Paulo, Goiás e Bahia.

O diretor comercial da Eletrosom, sediada em Monte Carmelo, no Alto Paranaíba, Paulo de Melo, também está otimista com 2012, apesar dos sinais de desaceleração do comércio. "O nosso mercado interno ainda tem espaço para crescer", justifica.

De acordo com ele, no último Natal, a Eletrosom se surpreendeu com as vendas da linha branca, segmento que mais puxou as comercializações do período. A demanda aumentou em 15% na esteira da redução do IPI e os itens mais procurados foram as lavadoras e refrigeradores. No geral, os resultados de dezembro superaram em 12% os números obtidos no exercício anterior.

Passado o fim do ano, Melo acredita que a ida às lojas da rede será impulsionada, além do alívio tributário concedido à linha branca, pelas liquidações que devem deixar os produtos até 30% mais baratos.

O Extra também está apostando nas ofertas para ganhar a preferência dos consumidores. Depois de promover o tradicional saldão pós-Natal entre os dias 26 e 31 de dezembro - quando registrou uma expansão de 35% somente na demanda por eletroeletrônicos ante igual período de 2010 - a rede optou por prorrogar os descontos.

Até o dia 8 de janeiro, a empresa irá promover o Liquida Eletro, com ofertas nas linhas de eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Com isso, produtos da linha branca que já estão com a redução do IPI, devem ficar mais baratos. Um refrigerador que normalmente custa R$ 1.648 poderá ser adquirido por R$ 1.298.


Veículo: Diário do Comércio - MG