Fabricante da famosa caneta investirá por volta de R$ 40 milhõesem 2012 para instalar novas linhas de produção de itens como lâminas para barbear, no qual já é vice-líder
O ano mal começou e o uruguaio Horacio Balseiro, principal executivo da BIC Brasil, está animado com janeiro, mês que antecede a volta às aulas e momento em que a empresa passa a abastecer mais de 400 mil papelarias,supermercados e atacados com as novidades em canetas,lápis, lapiseiras e uma série de outros itens da marca. “Esse é um período muito bom para a BIC, tendência que deverá se manter no primeiro trimestre de 2012. Neste ano, nossa previsão é crescer em torno de 8%, mas o desejo é chegar a 10%”, diz o diretor da BIC Brasil para consumo massivo.
De 2007 a 2011, a subsidiária brasileira do grupo francês registrou um crescimento médio anual de 15,95% no faturamento líquido, puxado por 2008, seu melhor ano, quando as vendas líquidas subiram 27,9%. Por conta deste salto, a BIC Brasil tornou-se a segunda maior operação da companhia no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Depois de fechar 2011 com um faturamento líquido de R$ 602 milhões, 11,28% a mais que no exercício anterior, e fazer sua estreia na categoria de colas instantâneas com Bic-Bond (rival de SuperBonder, da Henkel), a BIC prepara-se para consolidar sua atuação no Brasil em 2012. “Teremos muitos lançamentos e inovações neste ano e, principalmente, a expansão da nossa fábrica em Manaus, a única multicategoria do
grupo”, explica Balseiro, referindo se à unidade que produz desde isqueiros e canetas até lâminas e espumas de barbear.
Com capacidade para produzir por volta de 1,5 bilhão de unidades de produtos por ano, a BIC já se encontra no teto da capacidade instalada de algumas categorias como barbeadores e isqueiros, conta Balseiro. Esse cenário combinado aos planos de acelerar as vendas está levando a companhia a investir por volta de R$ 40 milhões neste ano, o dobro do valor aportado em 2011. “Este número inclui desde a construção de maquinários próprios para diferentes linhas de produção até a expansão da fábrica”, diz.
A empresa também não descarta fazer aquisições no Brasil.Balseiro não dá pistas, mas diz que a BIC tem um caixa confortável para ir às compras.
Além das canetas
A caneta BIC Cristal, símbolo da companhia francesa, deixou a posição de carro-chefe da empresa há anos. No Brasil, por exemplo, ela responde por 12% do faturamento da BIC. Com tendência a ser uma empresa cada vez mais multicategoria, a BIC Brasil hoje é grande em isqueiros, que respondem por 38% da receita, em papelaria que fica com os outros 38%, em barbeadores com 20% das vendas e pilhas e colas, com os 4% restantes.
Em lâminas de barbear, categoria que a BIC passou a reforçar de uns anos para cá, a marca já é vice-líder com 22% de participação de mercado em volume, ficando atrás apenas da Gillette, da P&G. “Em 2011, aumentamos em 20% as vendas de aparelhos
de barbear de alto valor agregado”, diz Balseiro. O aparelho mais sofisticado da empresa no país oferece três lâminas. No exterior, ela já comercializa a versão com quatro lâminas - ainda sem previsão para lançamento no Brasil.
Balseiro explica que a estratégia para bater a rival Gillette é a oferta de um preço até 15% inferior sem, no entanto, economizar na inovação. “Globalmente, o barbeador foi a categoria que mais cresceu em toda a BIC em 2011”, diz.
O aparelho mais barato, conhecido por sua cor amarela, responde por 35% das vendas
de barbeadores BIC no Brasil, o que significa que a companhia está concentrada na estratégia de crescer em valor agregado. “Há muito espaço para avançarmos entre o público feminino, que ainda usa barbeador masculino”, observa Balseiro.
Veículo: Brasil Econômico