Os inúmeros prejuízos causados pelas chuvas mudam a rotina e incrementam as vendas de distribuidoras e atacadistas que atuam em Minas Gerais. A procura por produtos como baldes, galões, lonas plásticas, capas de chuva, rodos, carrinhos de mão, cordas e vassouras aumenta significativamente neste período. E, em alguns casos, os pedidos são dez vezes maiores, enquanto que em outros as vendas crescem até 30%. Enquanto a previsão meteorológica prevê mais água e mais danos para casas, ruas e bairros inteiros, os atacadistas se preparam para atender a tempo o aumento da demanda por produtos essenciais neste época de enchentes.
"Infelizmente, os problemas gerados pela chuva fazem a economia girar", comenta o diretor Comercial da Tambasa, Alberto Portugal. A empresa tem sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e trabalha com 16 mil itens, que são distribuídos para todos os estados do país. As lonas plásticas, segundo ele, têm um consumo "absurdo", antes e durante o período mais chuvoso. Mas também saem muito as garrafas térmicas (de todos os tamanhos) para carregar água filtrada, enxadas, pás e colheres de pedreiro, botas de plástico, guarda chuva e até penicos. As vendas destes produtos aumentam em média 30% nos meses mais chuvosos, de acordo com Portugal.
assim também na Bartofil Distribuidora, de Ponte Nova, que trabalha com 10 mil itens e envia produtos para todo o Brasil, exceto para a região Sul. "Em situações de emergência, a procura por galões para armazenar água potável, capas de chuva e botas de plástico aumenta dez vezes", garante o gerente de Vendas, Tito Livio Resende. A empresa que tem pouco mais de 50 mil clientes cadastrados. Habituada ao período das cheias, a Bartofil já se prepara para o aumento da demanda, mas o problema maior é ter agilidade para repor os estoques quando a procura cresce muito acima do previsível, explica o gerente.
Construção - As enchentes também aquecem os negócios da Embrasil, localizada em Contagem, na RMBH, local onde a chuva não dá trégua desde o início de dezembro. Segundo o gerente Nacional de Vendas, Gladstone Ferreira Pimenta, enchente é sinal de aumento de pedidos de materiais de construção, com destaque para lonas, pás, picaretas, cordas, vassouras, rodos, tambores de diversos tamanhos, óculos de segurança e outros objetos essenciais para enfrentar o barro, os deslizamentos de terra e a visita pouco desejada da água em casas e estabelecimentos comerciais.
"Nossas vendas de produtos relacionados à chuva cresceram 15% de dezembro para janeiro. Infelizmente é uma grande oportunidade para a empresa e nós precisamos atender a clientela", explica. A Embrasil envia produtos para todo o Brasil e tem 850 representantes no país, mas 35% de seu faturamento vem de Minas Gerais. Bahia, Pará e Maranhão também são importante praças para a empresa que trabalha com 9 mil itens.
Mas para quem está fora da áreas afetadas pela chuva, como o Atacado Vila Nova, de Poços de Caldas, o quadro é outro. "A chuva não afetou o meu trabalho", disse o proprietário da empresa, Leonardo Miguel Severini. Ao contrário, janeiro na Vila Nova é sinal de retração de vendas. " assim até abril", completa o empresário, que distribui 3.500 itens para o Sul de Minas e São Paulo, locais que ficaram fora da região mais castigada pelas águas.
Veículo: Diário do Comércio - MG