As fabricantes de produtos para estabelecimentos que oferecem refeições (food service) surpreenderam em 2011: o faturamento nominal cresceu 17,8%, para R$ 89 bilhões (6,5% em termos reais). A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) esperava aumento nominal de 16%. "Cresce o número de opções para comer fora de casa e o consumidor busca as mais baratas em épocas de incerteza", diz Amílcar Lacerda, gerente do departamento de economia e estatística da Abia. Um exemplo são as rotisserias dos supermercados, que vendem a comida pronta, por quilo, ou bandejas de pratos prontos.
Enzo Donna, sócio da consultoria ECD, estima que, no primeiro semestre, a venda dos restaurantes deve crescer em média entre 10% e 11,5%, contra crescimento de 14% na primeira metade de 2011. "Desde setembro do ano passado, observamos a migração do consumidor para um tíquete-médio menor", afirma Donna. "É a primeira resposta do público à crise". Mas o consultor não acredita, no entanto, que o mercado será prejudicado. "O incremento que a classe C deu ao setor nos últimos anos não vai voltar atrás", diz ele. "Quem come fora de casa não volta para a cozinha. Prefere gastar menos e manter a conveniência".
Veículo: Valor Econômico