Para evitar o desperdício de dinheiro para compra de materiais escolares, o Procon de Santo André calculou alguns dos preços do itens pedidos nos colégios. De acordo com a pesquisa, a variação vai supera 400% e, às vezes, chega a 600%. O Procon, órgão vinculado à Secretaria de Assuntos Jurídicos, ressalta que, entre as maiores variações, o lápis HB da CIS, encontrado de R$ 0,20 a R$ 1,52 a unidade, o que representa diferença de 660%.
Para evitar este tipo de problema, a radialista, Valéria Matos, nunca deixa para fazer as compras na última hora. Com a lista dos materiais exigidos pela escola do filho de quatro anos, ela pesquisou em diversas lojas e conseguiu uma boa economia. "Fiquei o dia todo por conta disso, mas valeu a pena. Comprei tudo por R$ 80, ou seja, economizei R$ 60, uma diferença de 75% em relação ao preço mais alto de R$ 140."
A borracha pequena OF 7024 da Faber-Castell custa de R$ 0,49 a R$ 2,59 (429%). Já os valores da caixa de giz de cera pequena com 12 cores da Faber-Castell vão de R$ 1,99 a R$ 9,90 (397,48%). Em relação à caixa de lápis de cor grande com 12 unidades da Colorcis, o menor valor encontrado foi de R$ 2,85 e o mais caro R$ 7,99 (180%).
O primeiro passo a ser dado pelos pais ou responsáveis é verificar na lista de material escolar encaminhada pelas instituições de ensino se todos os produtos requisitados são adequados à faixa etária dos filhos. A orientação é da diretora do órgão, Ana Paula Satcheki, que fala com conhecimento de causa, pois, além de advogada especializada em Direito do Consumidor, é professora universitária e, no passado, já lecionou para crianças. "Há escolas que pedem materiais não para as crianças, mas para uso próprio. Nesse caso, se houver algo estranho é preciso conversar com a direção do estabelecimento e questionar o motivo daquele pedido." Ana Paula ressalta que a qualidade dos produtos deve ser prioridade durante o processo da escolha. "Se o consumidor opta por produtos inferiores e com preços simbólicos, pode levar para casa cola sem aderência, lápis de cor e de cera quebradiços, borracha que não apaga, tintas e similares feitas com produtos tóxicos e com odores horríveis."
Segundo a diretora, as compras devem ser feitas em lojas especializadas, e não no comércio informal. "Ilegais, materiais comprados nas ruas não têm procedência, prejudicam a arrecadação de impostos e não têm garantia. Na maioria das vezes, são perigosos, pois além de não possuir certificação, comprometem o uso, já que são produzidos por empresas sem especialização técnica no assunto", afirma.
Ana Paula também lembra que, nessas horas, é fundamental o papel dos pais na escolha. "Muitas vezes, a vontade da criança é apenas em reconhecer no material seu personagem favorito, o que não é de todo ruim, pois favorece o estímulo. O que não pode e não deve é o pai pagar um valor exorbitante apenas pela estampa, sem levar em consideração a qualidade. Por isso, o ideal é tentar conciliar esses dois fatores".
Outra recomendação aos pais ou responsáveis é a leitura das instruções das embalagens. "Em caso de dúvida, peça orientação aos vendedores. Há também a possibilidade de testar o produto por meio das amostras, que devem ficar à disposição dos consumidores", enfatiza a diretora.
Varejo
E quem já iniciou as promoções para compra de materiais escolares foi a Cooperativa de Consumo (Coop). Até o dia 17 de fevereiro, as 15 lojas participantes da campanha (Industrial, Queirós e Perimetral, em Santo André; Joaquim Nabuco e Vianas, em São Bernardo do Campo; Diadema; Barão de Mauá, em Mauá; Ribeirão Pires e as localizadas nas cidades de Piracicaba; Tatuí; Sorocaba e São José dos Campos) estarão com tablóides exclusivos e promotoras.
Veículo: DCI