Abacaxi gera renda e alimenta o gado

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Agricultores beneficiários de projetos de reforma agrária, em Ituiutaba, no Triângulo, estão descobrindo no plantio de abacaxi mais uma opção de renda e de alimento do gado, na época da seca. O escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) presta assessoria a seis assentamentos no município que, juntos, abrigam 160 famílias.

O abacaxi está sendo plantado em áreas de até três hectares nos assentamentos Chico Mendes e Divisa de Ituiutaba. Neles estão assentados, respectivamente, 49 e 27 famílias, mas as que cultivam a fruta em escala comercial são cinco, três delas do Divisa e duas do Chico Mendes, segundo o técnico da Emater-MG Luiz Augusto Ribeiro.

O agricultor Nilson Dantas Cruz, do assentamento Divisa, é um dos que resolveram investir no plantio de abacaxi e está se dando muito bem na atividade. "Como já conhecia abacaxi e trabalhava em uma terra parecida com esta, não tive dúvida que aqui poderia produzir muito bem", afirma. Com o suporte técnico da Emater-MG, ele aprendeu a conduzir melhor a lavoura para produzir mais e com melhor qualidade. O resultado tem sido uma produção média de 50 toneladas por ano.

Dantas conta que tudo teve início há 11 anos, com a implantação de assentamentos no município, por meio do Programa Nacional de Reforma Agrária. Na ocasião, a família do agricultor se inscreveu e ganhou 30 hectares para morar e produzir.

De acordo com Ribeiro, Cruz planta abacaxi em três hectares. A produção é comercializada no próprio município e em cidades vizinhas. O assentado fatura ainda com a venda de mudas da frutífera e os ensinamentos sobre o plantio, que repassa a outros agricultores. Também aproveita o que sobra, após a colheita, para alimentar seu pequeno rebanho, em épocas de estiagem.

"Quando ele colhe a lavoura, a planta fica para o gado na época da seca, período em que falta forragem", conta Ribeiro. Cruz confirma: "no período seco a gente utiliza as folhas. Passamos elas na picadeira e fazemos uma ração de ótima qualidade", garante. Para manter o produto no mercado o ano inteiro, Cruz foi orientado a fazer o escalonamento na produção. E entre um serviço e outro na lavoura, ele ainda planta melancia e café.


Expansão - O sucesso da experiência de Cruz tem se expandido entre os outros assentados.  o caso de Donizeti de Oliveira, que sempre trabalhou com gado, mas agora no assentamento está confiando mesmo é na produção de abacaxi. Tanto que começou a atividade este ano, mas já está ocupando um hectare com 40 mil pés de abacaxizeiro. "A produção de leite é uma atividade boa, mas é preciso ter um gado melhor e um espaço maior. Aqui o chão é pequeno. A roça de abacaxi gastou R$ 5 mil, o que não é um valor alto, mas creio que consigo colher uns R$ 15 mil", revela. As mudas para a lavoura de abacaxi Oliveira adquiriu com Cruz. Os tratos e o manejo da cultura ainda estão sendo uma descoberta.

Segundo José Roberto Silva, que ministrou um curso sobre o cultivo de abacaxi para os assentados de Ituiutaba, apesar de ser uma planta rústica, o abacaxizeiro necessita de cuidados especiais. O foco deve ser a produtividade e a melhor qualidade da fruta. "Recomenda-se que se plante 30 mil plantas por hectare. E o esperado é que isso possibilite um rendimento médio de 80%", explica. Gerente da Regional Emater-MG de Uberlândia, Silva considera a atividade uma boa alternativa de renda para o agricultor familiar e aponta alguns motivos: médio ciclo (um ano e meio entre o plantio e a colheita) e mão de obra constante e boa rentabilidade por hectare, o que favorece as pequenas áreas dos assentamentos de reforma agrária. As informações são da Emater-MG.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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