Os desembaraços por meio dos portos-secos do Estado fecharam 2011 com um crescimento de 20,2% em relação ao resultado do ano anterior. Nesta base de comparação, as importações nas aduanas somaram US$ 6,947 bilhões contra US$ 5,780 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pela Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil (RFB) em Minas Gerais.
A aduana de Uberaba (Triângulo Mineiro) registrou o maior crescimento em termos de deembaraços. Em 2011, as importações no porto-seco acumularam US$ 473,8 milhões, uma evolução de 69,2% frente aos US$ 279,9 milhões movimentados em 2010. Em relação ao total estadual, a participação da zona aduaneira foi de 6,8%.
Conforme já explicou o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Minas Gerais (Sdamg), Frederico Pace Drumond, as importações no terminal de Uberaba ganharam fôlego no ano passado porque importadores de outros estados, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, passaram a usar a aduana em função de o porto-seco do Triângulo estar localizado na rota de transporte e em razão da eficiência do mesmo.
A movimentação de cargas no porto-seco de Uberaba também está ligada às transações feitas pela Black & Decker do Brasil Ltda, FMC Agricultural Products e a Valmont Indústria e Comércio, que têm um peso grande nos desembaraços desta aduana.
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves (AITN), em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), concentrou a maior parte dos desembaraços estaduais, com participação de 46% do total de todos os portos-secos estaduaais em 2011. No exercício, os desembarques somaram US$ 3,192 bilhões, 18,7% a mais que em 2010 (US$ 2,687 bilhões).
O aeroporto de Confins recebe movimentação de cargas aéreas, normalmente ligadas a componentes e matérias-primas para a indústria de eletroeletrônicos, majoritariamente, conforme já detalhou o presidente do Sdamg.
Em Betim (RMBH), o porto-seco Granbel, controlado pela Usifast e um dos mais importantes do Estado porque reflete a corrente comercial das empresas instaladas na região, as importações também registraram forte aumento em 2011. Foram US$ 2,271 bilhões sobre US$ 1,648 bilhão em 2010, expansão de 37,7% e participação de 32,7% no montante global.
A aduana de Varginha (Sul de Minas), que reflete as movimentações de mercadorias das empresas da região, importou US$ 608,3 milhões no ano passado, 8,7% do total do Estado. Na comparação com os desembarques de 2010 (US$ 581,5 milhões), houve acréscimo de 4,6%.
Contramão - Se o porto-seco Uberaba teve o melhor desempenho em termos de crescimento, o de Uberlândia, também no Triângulo Mineiro, registrou o pior. Em 2011, a aduana movimentou divisas da ordem de US$ 155,3 milhões com importações ante US$ 258 milhões em 2010, retração de 39,8%. A zona aduaneira desembaraçou apenas 2,2% do total de Minas.
A aduana de Juiz de Fora (Zona da Mata), com 3,5% do total, também registrou desempenho negativo no ano passado comparado ao exerício anterior. Neste confronto, as importações chegaram a US$ 246,2 milhões contra US$ 324,6 milhões em 2010, queda de 24,1%.
As exportações por meio das aduanas estaduais em 2011 somaram US$ 1,108 bilhão, uma elevação de 84,2% na comparação com as de 2010 - US$ 601,6 milhões. O terminal de Confins, onde as vendas externas somaram US$ 273,8 milhões, respondeu por 24,7% do total. Em seguida, os embarques por meio da aduana de Varginha somaram US$ 186,4 milhões e representaram 16,8% do montante global.
Veículo: Diário do Comércio - MG