Cartão de loja cobra juros de 1.000%

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Cartões de crédito emitidos por redes varejistas - que costumam oferecer descontos, bônus para serem convertidos em compras, brindes, além de outras vantagens - podem ter juros anuais de mais de 1.000% ao ano caso o consumidor não pague o valor total da fatura. Um cartão de operadora (Visa ou Mastercard, por exemplo) cobra juros de 350% ao ano. Quem tem o cartão Carrefour está sujeito a uma taxa de 1 044%.

Há dois tipos de cartões para essa modalidade. O private label é ligado a uma loja ou supermercado e só pode ser usado na empresa emissora. Já os híbridos, também são ligados a uma loja, podem ser usados em qualquer estabelecimento. No entanto, na prática, ambos têm juros maiores.

Na definição da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), cartões ligados às cadeias de varejo são uma forma de atender o consumidor ainda não bancarizado. "Os varejistas conseguem, assim, dar um cartão para que esses novos consumidores consigam comprar a prazo", explica Eduardo Abreu, diretor da Abecs.

Riscos - "Como são feitos em massa, a empresa não avalia o crédito do cliente individualmente, como um banco faz. Para amenizar os riscos de inadimplência, colocam a taxa de juros na lua", diz o professor de finanças pessoais da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Francisco dos Santos. "Se você não é um cliente que paga sempre a fatura em dia, cartão de loja é furada", acrescenta o professor.

A situação se complica mais quando o cliente entra no rotativo. " como se uma pessoa que não tem dinheiro suficiente para comprar uma geladeira comprasse logo 11 delas", diz Gomes. De acordo com a Abecs, cerca de 25% dos consumidores brasileiros pagam suas contas no rotativo, sujeitando-se a juros altíssimos.

"Outro problema freqüente é que as empresas não deixam claro que taxas são essas antes de o cliente assinar o contrato", aponta Santos, da Fipe.

Rotativo - A própria Abecs não aconselha o uso do crédito rotativo. "Só em casos de emergências", ressalta Abreu. "Não é interessante para o banco que um cliente fique endividado. Se usar o rotativo, saiba que, no próximo mês, além do valor da fatura terá de pagar os juros da operação", afirma o executivo. Para orientar o consumidor e obter mais dicas financeiras, consulte o site da Abecs em www.abecs. org.br/dicas.

Confira as taxas de juros ao ano cobradas por alguns dos cartões ligados a algumas das mais importantes lojas do varejo. Os valores abaixo já estão acrescidos de juros e multas cobradas por atraso, no caso de o consumidor entrar no rotativo:

Cartão Carrefour (1.044,20%); Sonda/Itaucard (651,30%); Wal Mart/Hipercard (801,55%); Loja Luigi Bertolli (694,34%); Submarino Aura (616,60%); Marisa (621,38%) e Fnac (686,95%).



Veículo: Diário do Comércio - MG


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