Apesar do bom preço, a couve-de-bruxelas é cultivada em baixa escala no país
O potencial de comercialização de couve-de-bruxelas, em Camanducaia, no Sul de Minas, será avaliado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Para tanto, a partir do próximo mês, o escritório local da empresa colocará em prática as ações de preparação do solo, no terreno, onde será feito o plantio de 2,5 mil pés da hortaliça. A lavoura será em uma propriedade rural, onde já existem outros experimentos com as culturas de figo, amora preta e cana-de-açúcar.
"Em fevereiro o solo começará a ser corrigido com calcário. Vamos fazer o teste do comércio. Os bons preços pagos ao produtor pela crucífera, em entrepostos como a Ceasa Campinas e a Ceagesp, em São Paulo, fortalecem a expectativa de que esta pode ser mais uma opção de atividade para a agricultura familiar do município, na safra de inverno", defende o extensionista e engenheiro agrônomo, Hélio João de Farias Neto.
Segundo Farias Neto, o primeiro experimento com couve-de-bruxelas focou na produção. O teste foi feito no último inverno. Na ocasião foram plantados 1 mil pés de couve-de-bruxelas, que renderam após 130 dias, cerca de 30 unidades por planta ou 600 gramas de "repolhinhos" cada, informa.
Mesmo com poucos dados estatísticos oficiais sobre a produtividade da hortícola, uma vez que ela ainda é produzida em pequena escala no país, e a literatura sobre o assunto é muito reduzida, o agrônomo considerou o resultado da experiência positivo. "O objetivo foi avaliar o desenvolvimento e adaptação da cultivar ao clima e ao solo do município e isso alcançamos. Mesmo após três fortes geadas, as plantas não perderam o vigor e se desenvolveram bem", afirmou.
De acordo o agrônomo da Emater-MG, um outro teste, em andamento na região, está avaliando agora a produção de couve-de-bruxelas, no período das águas. A meta é observar se também nesta estação, a crucífera produzirá como no inverno passado.
Na primeira experiência, desenvolvida de junho de 2011 até o meio de outubro de 2011, quando as verduras foram colhidas, o escritório da Emater-MG pôde constatar que os repolhinhos atingiram a média de 20 gramas cada e dois centímetros de diâmetro, "medidas consideradas ideais para a comercialização", segundo o agrônomo, que pesquisou o assunto. De acordo com o extensionista, o estudo foi feito com sementes italianas.
Repolhinho - Do mesmo gênero da couve e parecida com pequenos repolhos, a couve-de-bruxelas (Brassica olerace, grupo Gemmifera) é também chamada de repolhinho.
O apelido tem relação não apenas com o aspecto físico, mas também com o sabor semelhante ao do repolho comum, embora seja mais suave. Uma característica da verdura é que ela cresce ao longo do talo que fica totalmente coberto pelos repolhinhos.
Veículo: Diário do Comércio - MG