Nike e Netshoes fecham acordo comercial

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A Nike e a Netshoes fecharam uma parceria que deve alterar o modelo comercial da empresa na área de artigos para futebol. A partir da segunda quinzena de fevereiro, a varejista passará a fazer a venda ao varejo e a distribuição dos produtos da Nike para três times de futebol - Bahia, Coritiba e Santos. Foram quatro meses de discussão entre as partes para o fechamento do acordo.

A Netshoes negociará com a Nike a compra das camisas lisas (sem estampa dos patrocinadores) dos clubes. A Nike terceiriza há anos a produção em 11 fábricas no país. A mercadoria deve ficar em estoque no centro de distribuição da Netshoes em Barueri (SP). A varejista receberá os pedidos de todas as lojas físicas e dos sites de comércio eletrônico no país para esses três times e liberará os produtos de volta para as fábricas para a finalização (colocação das estampas dos patrocinadores), incluindo possível customização das peças aos consumidores e lojas.

Os três clubes de futebol também farão os pedidos de produtos para o time diretamente à Netshoes. Um funcionário foi contratado pela varejista só para ficar dentro dos clubes, para atender a demanda do time.

Após feita a encomenda, a Netshoes fará a entrega das mercadorias - para a loja ou ao consumidor (se a compra foi no site da rede) - utilizando a estrutura de distribuição e logística da empresa. No caso dos clientes varejistas, o pedido à Netshoes deverá ser realizado por meio de um novo portal a ser criado pela companhia. Apenas compradores do varejo terão acesso ao site para solicitar os pedidos. Os consumidores continuam fazendo as encomendas pelo site da rede.

Como a Nike fechou acordo de patrocínio com esses três times nos últimos dois meses, até então a empresa não fazia a venda e a entrega das mercadorias ao mercado. É possível que o Internacional, outro clube a ser patrocinado pela Nike a partir de 2012, feche parceria com a Netshoes também, apurou o Valor.

Até o final de 2011, a Nike patrocinava apenas o Corinthians entre os times brasileiros. Mas o clube paulista não faz parte desse novo formato comercial fechado com a Netshoes - pelo menos até o atual contrato com o time não for renovado, explica a Nike.

Para a fabricante, há uma questão estratégica considerada fundamental no fechamento dessa parceria. "Isso vai tornar mais ágil a venda de produtos da Nike, vamos chegar em mais lugares mais rapidamente. E isso nos abre um diferencial na negociação com os clubes", diz Mario Andrada, diretor de comunicação para a América Latina da Nike. "As vendas de artigos dos times deve crescer e com isso a receita do clube aumenta. Além disso, ele fará pedidos [pelo portal] em tempo real e 24 horas por dia. Essas questões nos ajudam nas negociações de patrocínio com os times."

A empresa se baseou em algumas parcerias da marca com redes no exterior para fechar o contrato no país. A companhia tem trabalhado para ampliar o número de acordos de patrocínio com times brasileiros - algo considerado, até então, muito tímido no país.

Para a Netshoes, há alguns ganhos imediatos. A rede passa a comprar volume maiores de produtos da Nike (o acordo envolve cerca de 60 itens esportivos) e consegue, com isso, fechar contratos a preços menores. Como a venda dos produtos segue preços tabelados, ela vai ampliar a sua margem de lucro na operação.

Além disso, a companhia ainda passa a ter uma oportunidade de trabalhar melhor os produtos. "Se um jogador desponta num torneio, eu posso fazer uma ação com ele no site, pensar com a Nike numa camisa exclusiva. Nós já temos os lotes dos produtos comprados, é uma questão de saber trabalhar as chances que aparecerem", diz Marcos Paladino, gerente comercial de futebol da Netshoes.

A varejista contratou 15 pessoas para trabalhar apenas nesse novo formato comercial. A Netshoes informa que não foi preciso ampliar a estrutura de distribuição, que recebeu investimentos recentes. As empresas não revelam estimativas de aumento de vendas com a nova parceria.



Veículo: Valor Econômico


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