O bolso do consumidor já está sentindo o peso das despesas sazonais do início de ano, como os impostos e a matrícula da escola. Agora, a dúvida é como pagar o material escolar das crianças sem pressionar o orçamento. Para a consultora financeira Elaine Toledo, o ideal é que os pais tenham previsto no orçamento o pagamento à vista dos itens pedidos pela escola. Até porque o desconto oferecido pelos estabelecimentos pode chegar a até 10% para os consumidores que não temem em barganhar. Em algumas papelarias, quem paga em dinheiro ganha 5% de desconto. "E se for maior que o rendimento da aplicação financeira (como a poupança que tem ganho médio de 0,6% ao mês) vale a pena resgatar o dinheiro investido."
Não dá para negociar descontos em grandes estabelecimentos, como redes de papelarias e supermercados, mas a consultora alerta que o consumidor deve fazer a pesquisa de preços não só nas lojas de bairro mas nas de rede também. Isso porque o custo do material nos estabelecimentos renomados e tradicionais, como os atacados, que comercializam produtos em grande quantidade, pode pesar menos no bolso.
Ao comparar os dois locais, os pais vão conseguir identificar se a economia oferecida pelo bazar do bairro trará mais vantagens em relação aos comércios onde o valor do produto é o diferencial.
Quem não preparou o orçamento para comprar o material à vista pode usar o cartão de crédito para quitar o saldo devedor. Mas os especialistas alertam que, se o consumidor decidir parcelar a dívida, deve primeiro contabilizar se o valor da prestação mensal caberá no bolso. Caso contrário, o material escolar poderá prejudicar a saúde financeira da família, já que ao não conseguir arcar com o custo total da fatura, o consumidor paga em média 10,69% ao mês de juros.
Portanto, a dica é sair de casa com o custo médio dos materiais anotado em uma folha e, além disso, o valor que cabe dentro do orçamento. Os bancos também oferecem empréstimos como forma de pagar o material escolar. Muitas vezes, a modalidade já é conhecida do cliente, como é o caso do crédito pessoal, que tem juros médios de 4,21% ao mês. Isso significa que não é uma linha exclusiva para arcar com itens escolares. Antes de pedir dinheiro ao banco é importante calcular os juros para saber em quanto ficará a dívida.
Alguns estabelecimentos, caso do Extra, permitem que o pagamento do material seja parcelado em até dez vezes sem juros no cartão da loja, mas aceitá-lo para pagar essas compras sazonais pode ser um risco para os indisciplinados. "É mais uma porta aberta para o consumo", comenta Elaine. Sem contar que há taxas mensais que são somadas ao valor da prestação.
Veículo: Diário do Grande ABC - SP