Dobrar a produção de mel neste ano é a neta da Associação Rural e Apícola de Januária (Arajan). Esse crescimento é esperado devido à reestruturação da agroindústria da associação e do interesse de mais produtores pela atividade. Esse impulso à apicultura do município do Norte de Minas está sendo possível por meio da parceria da Emater-MG com a prefeitura, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Banco do Brasil e demais instituições.
A atividade apícola é considerada uma alternativa de renda na região, principalmente durante o período de seca. "A apicultura gera emprego, e os riscos são relativamente menores. Aliás, aqui é uma região propícia para a atividade. Na época de seca, a apicultura é uma boa alternativa para os produtores", diz o extensionista do escritório local da Emater-MG, Edmar Nunes Ferreira.
A Casa de Mel da Arajan funciona desde 2010. No local, o mel é processado e preparado para a venda em sachê e bisnaga. Os produtos são comercializados no município e na região. Para a implantação da fábrica, os apicultores tiveram a assistência da Emater-MG. A Associação contou também com a parceria de outras instituições, como Codevasf, Prefeitura de Januária, Senar, Cefe, Sesc, Sebrae, Banco do Brasil e Banco do Nordeste.
Os equipamentos foram doados pelo Minas Sem Fome, programa do governo estadual coordenado pela Emater-MG. Entre os aparelhos, a associação recebeu máquina de sachê, envasadeira automática, centrífuga elétrica e balança de precisão. Os extensionistas orientam os apicultores desde a produção até o beneficiamento e comercialização do mel.
Em 2011, a Casa de Mel da Arajan passou por reestruturação com recursos provenientes da Codevasf. O prédio da agroindústria foi ampliado, e novos equipamentos foram adquiridos, como decantadores e cilindro alveolador, além de 120 colmeias e roupas próprias para a atividade.
"Com essa reestruturação, a agroindústria da Arajan conseguiu a certificação do Serviço de Inspeção Federal, o que permite a venda de mel para os mercados nacional e internacional. Já os novos equipamentos vão dar mais qualidade aos produtos da associação", diz Edmar Ferreira.
a capacidade de produção da agroindústria praticamente triplicou. Se antes era de 50 toneladas/ano, agora passa a ser de 150. Outra boa notícia é que mais 25 apicultores passarão a fornecer mel para a Arajan, chegando ao total de 50. Com essas modificações, a estimativa é de que a associação passe a processar o dobro de mel. Atualmente, são 30 toneladas por ano.
Há vinte e dois anos, Diogo Resende Garcia trabalha com apicultura no município de Januária. O apiário dele tem 200 colmeias e uma produção de 6 toneladas por ano. "A apicultura é uma atividade importante, porque traz recursos para o município", lembra Diogo Resende.
Toda a produção do apicultor é destinada à agroindústria da Arajan. Segundo ele, há uma boa procura pelo mel da associação. Porém, de acordo com Diogo Resende, muitas vezes os apicultores do município ainda dependem da ação de intermediários para vender seus produtos. "Isso desvaloriza o nosso produto e dificulta a divulgação do nome do município como um local que produz mel de qualidade", afirma.
Para ele, a reestruturação da Casa de Mel da Arajan veio em boa hora. Com as mudanças e a obtenção do certificado do SIF, o apicultor acredita na ampliação de mercado e agregação de valor ao mel da associação. "Além disso, outras pessoas vão se interessar pela atividade, e, com isso, o setor se fortalece", diz o apicultor. As informações são da Emater-MG.
Veículo: Diário do Comércio - MG