O setor de produção e comercialização de embalagens em Belo Horizonte, apesar de a crise de liquidez no mercado internacional já ter afetado o setor de celulose, papel e papelão, espera um final de ano com acréscimo significativo nos negócios. A expectativa é de que as vendas para atender à demanda natalina tenham um crescimento de até 300% na comparação com outros meses do ano. Dados da Associação Brasileira de Embalagens (Abre) revelam um segmento em expansão, com faturamento anual superior a R$ 30 bilhões.
Conforme levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a Abre, a indústria de embalagens deve registrar um acréscimo de 2,5% na produção física em 2008. Com isso a receita líquida de vendas pode saltar de R$ 32 bilhões em 2007 para R$ 34,7 bilhões no fechamento deste ano. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego o setor empregava em 2007, 195,711 mil profissionais. Hoje, já são 200 mil empregos formais.
No que diz respeito às exportações, o segmento também apresenta crescimento. Na comparação do 1º semestre de 2007 com o 1º semestre de 2008 houve aumento nas vendas externas de 22,5%. Passou de cerca de US$ 228 milhões de janeiro a junho de 2007 para US$ 279 milhões no mesmo período de 2008. As embalagens metálicas representam 40% das exportações, seguida das embalagens plásticas (28%), de papel e papelão (18%), de vidro (8%) e de madeira (6%).
Quanto às importações de embalagens vazias foi registrada elevação de 32,64% na mesma base de comparação. O faturamento das importações foi de US$ 211 milhões, o que revela uma balança comercial do setor superavitária.
A Emballage, de Belo Horizonte, fabrica e vende no atacado sacolas de plástico e papel, caixas, fitas e seda. A empresa vende, por dia, de 4 a 5 mil embalagens com expectativa de saltar em 50% esta comercialização no bimestre outubro/novembro. "Além de ser a melhor época do ano, montamos nosso show-room com exposição dos produtos que vendemos, o que nos deixa otimista para as vendas do fim de ano", afirmou o gerente da Emballage, Leandro Vieira Speziali.
A ARS Embalagens, também de Belo Horizonte, vende por mês cerca de 40 mil embalagens, entre capas, sacos e outros. Tradicionalmente nos últimos dois meses do ano este valor mais que triplica, chegando a vender 130 mil unidades. "Passamos a trabalhar sábado porque a demanda aumenta muito, fim de ano é sempre bom para o setor", afirmou o diretor da empresa, Farley José Silveira.
Veículo: Diário do Comércio - MG