A São Paulo Alpargatas - dona das marcas Havaianas, Dupé, Topper e Rainha, entre outras - coloca no mercado este mês 10 novos calçados esportivos com preços em média 15% menores em relação aos praticados para produtos equivalentes. A iniciativa deixa a empresa mais preparada para uma mudanças de mercado, diante do cenário de instabilidade e de restrição ao crédito, disse o presidente da companhia, Márcio Utsch. A redução nos preços resulta de alterações na construção dos produtos, mas os valores das commodities também começam a cair favorecendo a nova linha da empresa.
A companhia do grupo Camargo Corrêa fechou o terceiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 34 milhões. O valor representa uma queda de 13% na comparação com igual intervalo de 2007. A queda, entretanto, não reflete fatores operacionais. Resulta, principalmente, do impacto das despesas com aquisições e internacionalização da companhia no período.
A geração de caixa da Alpargatas, medida pelo Ebitda, cresceu 61% no terceiro trimestre e alcançou R$ 76,7 milhões. A alta foi favorecida pelo maior volume de vendas e também pela valorização do dólar que aumentou os ganhos da empresa no exterior.
A receita líquida de vendas da São Paulo Alpargatas, subiu 27,3%, passou de R$ 314,5 milhões para R$ 399,8 milhões. Em volume, a venda de calçados teve alta de 20%, para 46,5 milhões de pares. Desse total, as sandálias de borracha representaram 43,2 milhões de pares, o equivalente a 93% do volume. A venda de vestuário e acessórios aumentou 85% no trimestre, para 2,1 milhões de peças, resultado, segundo Utsch, de um mix mais adequado de produtos. A empresa também contabilizou efeitos positivos da redução de custos.
A dívida da companhia somava em 30 de setembro, R$ 267 milhões, sendo que 65% desse total é de longo prazo para pagamento em aproximadamente 10 anos. No período, o caixa da empresa fechou em R$ 155 milhões.
A forte presença da empresa em um mercado cujo produto tem baixo valor absoluto, como o de sandálias de borracha, e o contínuo investimento em marketing, que representam 11% da receita, são dois dos fatores que devem beneficiar a companhia, mesmo que a crise tenha efeitos mais críticos em 2009, acredita o presidente da Alpargatas. "No momento, as fábricas da companhia operam a plena capacidade", diz o executivo.
Em nove meses a receita operacional líquida da Alpargatas alcançou R$ 1,06 bilhão, uma alta de 20,7%. O lucro líquido ajustado teve queda de 21,5%, de R$ 107 milhões para $ 84,3 milhões.
Os números da companhia ainda não incluem a operação adquirida na Argentina, cuja compra foi aprovada neste trimestre pelos órgãos reguladores locais. Se considerada a aquisição, a receita bruta em nove meses de R$ 1,06 bilhão sobe para R$ 1,6 bilhão e o lucro para R$ 48 milhões.
Veículo: Gazeta Mercantil